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Zimbabweanos decidiram esta segunda-feira o futuro do país

Tiveram lugar, esta segunda-feira, as eleições gerais no Zimbabwe, um processo que é considerado histórico, que ocorre depois da era do então presidente Robert Mugabe, destituído do poder em Novembro do ano passado e também sem o maior líder da oposição, Morgan Tsvangirai, falecido em Fevereiro deste ano vítima de doença.

Na corrida presidencial disputaram 23 candidatos, com destaque para o actual presidente Emerson Dambudzo Mnangagwa, de 74 anos de idade e o emergente líder do Movimento para Mudança Democrática (MDC), Nelson Chamisa, de 40 anos.

Já para as legislativas, 1652 candidatos inscreveram-se para disputar 210 assentos disponíveis no parlamento zimbabweano, enquanto que nas municipais, cerca de 8 mil cidadãos disputam 1.958 lugares nas respectivas assembleias.

O processo de votação arrancou nas cerca de 11 mil assembleias de voto implantadas no Zimbabwe, segundo garantiu à nossa equipa a Comissão Eleitoral zimbabweana (ZEC, sigla em inglês).

Numa ronda efectuada pelo “O País” na capital, Harare, constatamos que o escrutínio decorria a bom ritmo, apesar de nomes de alguns eleitores não constarem dos cadernos de voto.

O primeiro local que escalamos foi a escola Louis Mount Battern, onde foram inscritos 526 eleitores os quais que, ainda pela manhã, chegavam a “conta-gotas” para exercer o seu dever cívico.

Já na escola Escola Salborn Routlet que inscreveu 921 eleitores, havia uma enchente de cidadãos que pretendiam votar, os quais mostraram-se satisfeitos pela introdução da votação electrónica no escrutínio deste ano.

Tendai Nhamadzana, disse ter chegado naquele local de votação cerca das 7h30 minutos, mas uma hora depois já tinha votado.

“Cheguei depois das 7h00 e na primeira sala onde entrei, o meu nome não constava de lista de votação, logo que fui à sala seguinte, votei. Foi tudo muito rápido, estou satisfeita porque no passado ficávamos muito tempo para poder votar e alguns chegavam a abandonar as filas”, contou Nhamadzana.

Ranger Chimbango, outro eleitor que participa pel segunda vez de um processo de votação, saudou aos mentores da introdução da votação electrónica, que segundo ele, contribui para a efectivação de um processo eleitoral justo, livre e transparente.

“Comparativamente ao sistema passado, esta votação electrónica é a melhor. Além disso, havia muita intimidação nas mesas de voto, mas desta vez todo o eleitor exerceu o seu dever de forma livre”, salientou Chimbango, para quem este mecanismo de votação deve prevalecer nos próximos processos.

 À meio da tarde, o movimento já estava a baixar nos locais de votação, sinal de que maior parte de eleitores, tinha votado, mas a única incidência que a nossa reportagem constatou é que em quase todas as mesas de votação, alguns eleitores não conseguiam votar porque os seus nomes não constavam nos registos das assembleias de voto.

 “O País” sabe que dos dois principais candidatos, Emerson Mnaganwa foi exercer o seu voto na sua terra natal na região de Kwekwe, província de Midlands, a pouco mais de 200 quilómetros da capital, Harare, enquanto que Nelson Chamisa o fez na escola primária de Kwadzana-II que dista cerca de 20 quilómetros da cidade.

Eleitores que não votaram não interferem no processo

Instado a pronunciar-se sobre os eleitores que regressaram das mesas de votação porque não constavam os seus nomes nos respectivos cadernos de voto, o director de formação e Operações Eleitorais na Comissão Eleitoral disse que o número de tais incidentes foi insignificante, afiançando que não interfere nos resultados processo.
“Maior parte de pessoas votaram. Os que não o fizeram são mesmo poucos e os poucos que não votaram não se recensearam e outros não tinham documentos. Asseguramos que a percentagem é pouca”, avançou Japhate Murenje.

Questionado sobre o balanço que o órgão de administração eleitoral no Zimbabwe faz do processo de votação, Murenje considerou ter decorrido de forma ordeira e pacífica em todas mesas de voto instaladas naquele país.

“Vimos eleitores a afluírem em massa nas mesas de votação, o que achamos ser importante para um processo democrático como este em que abrimos espaço para qualquer pessoa poder concorrer, tanto para presidenciais, legislativas e municipais”, referiu.

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