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Zambézia enfrenta problemas de degradação da rede viária 

A província da Zambézia está a enfrentar problemas de transitabilidade devido à degradação acentuada de grande parte da rede viária. Na estrada nacional, que liga o povoado de Nampevo, distrito de Mocuba aos distritos de Ile e Gurué, Gurué a distrito de Mulumbo, cerca de 300 quilómetros são disso exemplo.

Os automobilistas que percorrem aquele troço, quer para escoar produtos agrícolas, quer para transportar a população, vêm clamando por intervenção das autoridades, mas sem sucesso.

“Não é possível andar desta maneira com os nossos carros, estamos a passar por uma situação bastante complicada. Pedimos a quem é de direito, com responsabilidade de melhorar isso, que faça com urgência, porque os nossos carros já não suportam. Os custos de manutenção estão insuportáveis. Por isso, gostava de deixar este meu apelo”, disse Soares Jonasse, automobilista que circula no troço distrito de Ile a Gurué.

Uma fonte da Administração Nacional de Estradas (ANE) referiu que a província Zambézia conta com mais de cinco mil quilómetros da rede viária, mas, em mais de 60% do troço, não é possível fazer transitabilidade com comodidade, ou seja, está em péssimo estado. Os restantes 40% estão asfaltadas, mas também precisam de reabilitação.

Sobre o mesmo assunto, o edil de Gurué, José Aniceto, fez saber que as empresas do ramo de chá e macadâmia já não suportam o nível de degradação das estradas e já manifestaram a sua reclamação.

“Veja que, nesta via que liga Gurué a Estrada Nacional número um, aquelas empresas utilizam camiões cavalo. O perigo de os carros tombarem nas pontes é maior dado à degradação das estradas”, confirmou o edil para quem as autoridades, que gerem as estradas, devem fazer a sua parte.

Nesta fase, enquanto não se fazem intervenções por parte das autoridades, as crianças estão a assumir o papel de empreiteiros no tapamento de buracos. Com enxada e pás, buscam areia e tapam alguns buracos, a troco de valores que pedem aos automobilistas. A situação é contra o seu direito, pois deixam de ir a escola para trabalharem nas vias a troco de moedas sob olhar impávido de quem devia repor a ordem.

A secretária de Estado da Zambézia, Judith Mussácula, contactada para reagir sobre a degradação das estradas na província, fez saber apenas que está em vista uma reunião, no início do mês de Junho, que vai envolver quadros do sector de estradas para discutirem sobre os mecanismos de solução do problema.

“Vamos, sim, ter esta reunião na qual teremos de falar com propriedade a respeito das nossas estradas. Vamos convidar todos para fazerem parte e aferir o ponto de situação”, disse a governante.

Segundo apurámos, a província necessita de pelo menos 800 milhões de meticais para recuperar a rede viária, sobretudo aquela que liga as vilas-sedes dos distritos.

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