O País – A verdade como notícia

Violência e pouca afluência marcam eleições do Mali

As eleições presidenciais deste domingo no Mali foram marcadas por alegados ataques jihadistas, sobretudo no norte e centro do país, e baixa afluência às urnas. De acordo com observadores eleitorais e jornalistas da AFP, a taxa de participação foi fraca, enquanto o Governo considerou a situação “satisfatória”.

Em comunicado, o primeiro-ministro Soumeylou Boubèye Maïga referiu que “pequenos incidentes de segurança ou casos de força maior, ligados ao clima, que impediram a realização da votação nalgumas zonas muito localizadas”. Segundo a televisão pública, que cita o Ministério da Segurança Interna, “os incidentes impediram a votação em 105 secções” das mais de 23 mil.

Devido à insegurança, “61 secções não puderam abrir em Mopti e Tombuctu”, regiões onde os materiais eleitorais foram “apreendidos” em 18 secções, ainda de acordo com a tutela. Os incidentes ocorreram sobretudo nas áreas rurais e apesar da mobilização de mais de 30 mil membros das forças de segurança nacionais e estrangeiras.

Na região norte de Kidal, uma secção de voto foi fechada durante breves momentos na sequência de disparos de um grupo ligado à Al-Qaeda, que não provocou vítimas.

A correspondente da France 24 em Bamako, Christelle Pire, disse que ao reivindicar o ataque, o grupo sublinhou que as eleições não passam de “um jogo que os franceses pretendem instalar” no país, considerando Mali “um novo boneco”.

Os primeiros resultados são esperados nas próximas horas e os resultados oficiais para 3 de Agosto, havendo a possibilidade de uma segunda volta a 12 de Agosto.

Os habitantes deste vasto país da África Ocidental, que contabiliza cerca de vinte etnias, poderão reeleger o Presidente Ibrahim Boubacar Keïta, de 73 anos, ou eleger um dos seus 23 adversários, entre os quais, o líder da oposição Soumaïla Cissé ou ainda a única candidata mulher, Djeneba N’Diaye.

A comunidade internacional espera do vencedor uma revitalização do acordo de paz assinado em 2015 pelo Governo e pelos ex-rebeldes, dominados pelos tuaregues, cuja aplicação acumula atrasos.

Apesar deste acordo, a violência jihadista não apenas persistiu como se espalhou do norte para o centro e sul do país (que tem cerca de 18 milhões de habitantes) e depois para os vizinhos Burkina Faso e Níger.

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos