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Vinte e um advogados tentam evitar o pior a 19 arguidos

A Guerra dos argumentos já começou! No caso das dívidas ocultas sentam no banco dos réus alguns dos nomes mais importantes de Moçambique e, ao seu lado, estão os mais arrojados advogados da praça.

Ao todo são 19 implicados no processo, que contrataram 21 advogados.

Eis a lista, de acordo com a acusação:

Para defender Ndambi Guebuza, filho do antigo Presidente da República, trabalham os advogados Alexandre Chivale e Isálcio Mahanjane. O primeiro é mestre e o segundo é doutorando em Direito.

Os dois advogados, conhecidos por serem profissionais de convicções imbatíveis, já apareceram em público a reclamar a violação dos direitos do seu constituinte.

Alexandre Chivale e Isálcio Mahanjane vão defender também Inês Moiane, secretária particular do ex-Presidente Armando Guebuza na Ponta Vermelha, e o seu irmão, Elias Moiane.

Sozinho, Alexandre Chivale defende também o ex-oficial dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), António Carlos do Rosário.

Depois do julgamento de Nini Satar, Damião Cumbana volta ao centro prisional onde ninguém deseja estar, mas ele já conhece bem. Desta vez o advogado vai a B.O tentar provar a inocência de Ângela Dinis Buque Leão. Cumbana é um defensor com vários anos de bagagem e familiarizado com assuntos polémicos.

Abdul Gani Hassam também vai deixar a sua marca. Experiente, o Advogado vai defender outro arguido que, à data dos factos, ocupava o cargo de topo nos Serviços de Informação e Segurança do Estado, nomeadamente: Gregório Leão José.

Abdul Gani é conhecido por trabalhar casos quentes. Exemplo disso é o escândalo de corrupção nas Linhas Aéreas de Moçambique, chamado “caso Embraer”, no qual defende José Viegas.

Os nomes que fazem a nata dos advogados moçambicanos não pára por aí.

Rodrigo Rocha, com duas pós-graduações em Direito e vários julgamentos ligados à corrupção e branqueamento de capitais na lista da sua larga experiência, vai defender Cipriano Mutota.

Rocha não vai sozinho. Mpasso Camblege, Licenciado em Direito e advogado em ascensão, completa a equipa de defesa de Mutota.

Teodoro Waty é outro nome sonante. Veterano, doutor em Direito e conhecedor da gestão da coisa pública em Moçambique, vai, ao lado de Salvador Nkamati, Licenciado em Direito, defender Renato Manuel Matusse.

Alice Mabota, Advogada e defensora dos Direitos Humanos, foi confiada por Khessuajee Ishwardas Pulchand.

Outro defensor dos Direitos Humanos que iria entrar em cena é Paulo Nhancale, mas “O País” sabe que foi substituído.

Para defender Teófilo Nhangumele, tido como quem apresentou a ideia que resultou em endividamento público de pouco mais de 2 mil milhões de dólares ao executivo, entram em cena dois advogados: Carlos Santana e Lourenço Mália.

No julgamento do processo 18/2019-C, entra também em cena o advogado Adriano Boane, para evitar o pior para Sidónio Sitoe. Boane foi antigo Secretário-Geral da PGR nos tempos do juiz Augusto Paulino.

Já Salvador Mabunda será defendido por Alcides Sitoe, que já faltou a algumas audições do réu, e Eliseu da Glória Paulo Langa, advogado com cerca de 10 anos de experiência.

Por sua vez, Hélder da Cruz Lopes vai defender Sérgio Alberto Namburete.

O arguido Cipriano Sisinio Mutota confiou a Inácio Matsinhe o papel de provar que não tem nada a ver com as Dívidas Ilegais.

Crimildo Jossia Mandlate depende também da competência de Hélder Matlhaba para provar a sua inocência. Esta não é a primeira presença de Matlhaba em casos polémicos. Esteve recentemente a defender o Director Financeiro das Linhas Aéreas de Moçambique, no caso Embraer, e sete funcionários da Autoridade Tributária acusados de corrupção.

Em cena entra também Manuel Virgílio Bila Júnior, que vai defender Mbanda Anabela Henning.

A fechar a lista estão Beatriz Lúcia Gomache, defensora de Simione Jaime Mahumane e Naimo José Kimbine; e Imran Ahmad Adam Isa, advogado de Zulficar Ali Ismail Ahmad.

Quem terá a pena mais grave? Quem terá a pena mais branda? Quem sai da prisão? Dos que respondem em liberdade, quem permanece livre e quem volta às celas?

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