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UNICEF e OMS defendem mais trabalho para eliminar fecalismo a céu aberto

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) dizem Moçambique reduziu significativamente o fecalismo a céu aberto, de 2000 a 2017. Porém, deve haver mais trabalho para eliminar a prática até 2025.  

O fecalismo a céu aberto no país deve-se à falta latrinas melhoradas, situação que concorre para degradação do saneamento do meio.

No seu novo relatório intitulado “Programa Conjunto de Monitoramento, Progresso na Água Potável, Saneamento e Higiene: 2000-2017”, com enfoque nas desigualdades no acesso à água, saneamento e higiene, o UNICEF e OMS revelam que mais da metade do mundo não tem acesso a serviços de saneamento seguro.

O órgão das Nações Unidas diz que Moçambique é um dos países de alto risco, com 27% das pessoas sem acesso a qualquer forma de saneamento e a praticar a defecação em lugares inapropriados e ao ar livre. “Esta proporção é maior no meio rural, com 38% da população rural praticando o fecalismo a céu aberto, com grandes variações entre as províncias”.

Entretanto, o órgão reconhece, também, que o país conseguiu reduzir, significativamente, o problema, mas “isso é insuficiente para cumprir a meta nacional de eliminar o fecalismo a céu aberto até 2025. É necessária uma aceleração, em particular as províncias que têm uma alta taxa de fecalismo a céu aberto”.

Em 2018, estimava-se que mais de 10 milhões de moçambicanos continuavam a defecar em lugares inapropriados e ao ar livre. Na altura, Zambézia liderava a lista das províncias com altas taxas da referida prática, com cerca de 70%, seguida de Nampula, de acordo com dados oficiais.

Para Kelly Naylor, directora associada de Água, Saneamento e Higiene, do UNICEF, “as crianças e suas famílias nas comunidades pobres e rurais correm maior risco de serem deixadas para trás. Os governos devem investir em suas comunidades se quisermos unir essas lacunas económicas e geográficas e realizar esse direito humano essencial”.

A dirigente aponta ainda que o saneamento deficiente e água contaminada também estão ligados à transmissão de doenças como cólera, disenteria, hepatite A e febre tifóide.

“A eliminação das desigualdades na acessibilidade, qualidade e disponibilidade de água, saneamento e higiene deve estar no centro das estratégias de financiamento e planificação do governo. Apoiar-se nos planos de investimento para cobertura universal é minar décadas de progresso em detrimento das gerações vindouras”.

O documento, tornado público na terça-feira, refere que pouco mais de um bilião de pessoas no mundo não tem acesso à água potável, o que faz com que uma em cada três pessoas no planeta continuem sem ter preciso líquido segura para beber e satisfazer outras necessidades básicas.

Ainda sobre Moçambique, a pesquisa dá a conhecer que é por beber água suja que 297 mil crianças com menos de cinco anos morrem anualmente. Contudo, apesar destes dados o UNICEF e a OMS apontam para progressos significativos no acesso universal à água, saneamento e higiene básico defende haver muitos desafios.

 

 

 

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