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UE anuncia 65 milhões de euros para impulsionar o desenvolvimento de Cabo Delgado

Foto: UE Moçambique

A União Europeia (UE) quer injectar, este ano, cerca de 65 milhões de euros para projetos de desenvolvimento em Cabo Delgado. A informação foi avançada, ontem, pelo embaixador da Organização, António Sánchez-Benedito Gaspar, em Maputo.

Numa altura em que o país possuiu cerca de 800 mil deslocados, provocados pelo terrorismo em Cabo Delgado, a União Europeia (UE) continua firme no apoio financeiro para projectos de desenvolvimento da província.

“Só para este ano, temos de aplicar 65 milhões de euros para acções de desenvolvimento do norte, para assuntos ligados ao apoio à resiliência, infra-estruturas, água e outros programas que já estão a ser formulados”, referiu o embaixador da União Europeia, António Sánchez-Benedito Gaspar.

António Sánchez-Benedito Gaspar avançou, também, que os projectos visados ainda estão a ser preparados, junto ao Governo e à Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN).

Esta ajuda financeira faz parte de um pacote mais vasto de apoio ao desenvolvimento de Moçambique para o período 2021-2027.

Estão previstos 428 milhões de euros para os primeiros quatro anos e há três pilares: paz e estabilidade, apoio à emancipação dos jovens e estratégia crescendo verde, que visa impulsionar a transição energética e preservar o ambiente.

No caso da região sob ameaça terrorista, a ajuda financeira ao desenvolvimento será aplicada com base num estudo intitulado “Estratégia de Resiliência e Desenvolvimento Integrado do Norte (ERDIN)”, elaborado pela União Europeia (EU), Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Banco Mundial, Organização das Nações Unidas (ONU) e o Governo.

No final de 2021, a ADIN apresentou a ERDIN e referiu que seria remetida para aprovação pelo Conselho de Ministros.

Além das verbas para apoio ao desenvolvimento, a União Europeia tem outro dossiê financeiro em que está a apoiar o país com 89 milhões de euros em equipamento militar (não bélico) e a suportar as despesas de uma missão de treino militar durante dois anos (2021-2023) para fazer face à insurgência armada.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a SADC permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

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