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Transporte poderá ser dois a três meticais mais caro em Maputo

O município de Maputo propõe o agravamento da tarifa de transporte público de passageiros de 2 meticais, para até 10 km e 3 meticais a partir de 10 km. Consultados, os munícipes não se opõem a decisão, no entanto exigem melhoria na prestação de serviços.

Na auscultação feita esta quarta-feira, a operadores de transportes públicos e privados e munícipes, representados por chefes de quarteirões, de bairros e outras estruturas dos bairros, a edilidade de Maputo aposentou a proposta do novo preço.

Na ocasião, o Vereador de Mobilidade, Transportes e Trânsito, José Nichols, avançou que inicialmente a proposta dos operadores era de um agravamento de cinco meticais, porém, depois de muita conversação, chegou-se a estas propostas.

“Os operadores tinham a expectativa de que o aumento fosse na ordem dos 5 meticais, no entanto, das análises feitas, concluímos que poderíamos fazer o agravamento de forma gradual, a partir de uma fórmula que iremos definir, com indicadores próprios, daquilo que é o crescimento que queremos, em função das condições de vida dos munícipes, para que a tarifa não só seja sustentável, assim como tenha justiça na sua aplicação”, disse o Governante, tendo acrescentado que:

“Depois desta auscultação, tendo em conta a responsabilidade que a assembleia municipal de Maputo tem de aprovar tarifas, vamos preparar todo o processo para remeter a Assembleia para respectiva análise e resolução a respeito. Este processo deve acontecer até o final deste mês”, explicou.

Nichols disse ainda que a expectativa da edilidade é que as tarifas sejam aprovadas e entrem em vigor ainda no mês de Dezembro ou nos princípios de Janeiro de 2022.

O Vereador de Mobilidade, Transportes e Trânsito aproveitou-se da ocasião para deixar uma apelo, para o uso dos bilhetes eletrónicos, porque, segundo afirmou, o cliente irá pagar exatamente pelo percurso percorrido, diferentemente do pagamento em dinheiro, onde funciona a taxa única.

Por seu turno, os operadores aplaudem a decisão, pois para eles, a actual tarifa já não é sustentável para o desempenho da actividade.

“O reajuste das tarifas de transporte em Maputo é um Tabu. O processo é lento, levando vários anos, no entanto, os custos de produção, mensalmente sobem, mas há 5 anos que a nossa tarifa não sofre ajustes”, disse José Massango, falando em representação da Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO).

Massango, tomando a dor dos seus associados fez questão de alistar 6 pontos que, segundo ele, justificam a urgência em mexer nas tarifas dos transportes, sob pena de “afundar por completo” o trabalho dos transportadores.

“O preço do combustível está a sufocar sobremaneira os transportadores, aumentou os preços dos pneus, lubrificantes e demais peças para as nossas viaturas, o preço da licença para transporte de passageiro passou de 3 mil para 5 mil, a condição das estradas não ficou de fora, elas aceleram as recorrentes avarias das nossas avarias, sem pôr de lado a pandemia da COVID-19, que afectou grandemente o nosso negócio”.

Os munícipes não se opõem a decisão, no entanto exigem que esta subida dos custos se reflita na qualidade dos serviços prestados aos utentes, que muito sofrem.

“Não me oponho a subida do preço do transporte, mas pergunto: com esta subida, serão ultrapassados os crónicos problemas de desrespeito, encurtamento de rota e superlotação?”, questionou Maria Nkale, Munícipe.

Há quem vai mais longe, exigindo que os cobradores dos transportes privados tenham uniforme, para evitar que se apresentem “como marginais”, com roupas sujas, rasgadas.

“É preciso fiscalizar os transportes. Há muito desmando que precisa ser travado. Uma das formas seria garantir que os colaboradores tivessem contracto de trabalho e estarem escritos na segurança social, talvez assim possa se controlar e chamar a razão aos maus comportamentos assistidos na via pública”.

Refira-se que a última revisão da tarifa de transportes acorreu nos finais do ano de 2016.

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