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Transição energética não deve ser “a custo do nosso desenvolvimento”

Foto: O País

Posição de Moçambique foi partilhada ontem pelo Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, que representa o Presidente da República, Filipe Nyusi, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas COP26.

Moçambique está comprometido em fazer a transição do tipo de energia de produz das fontes fósseis para limpas. Trata-se de uma garantia dada ontem pelo Primeiro-ministro que em Glasgow, na Escócia lançou o segundo plano nacional para redução das emissões de gases de efeito estufa, denonimado Contribuição Nacional Determinante.

A primeira fase da NDC foi implementada entre 2018 e 2020 como medida de aplicação dos compromissos saídos em 2015 da conferência ambiental de Paris. São eles o compromisso de reduzir a poluiçã, através da emissão de dióxido de carbono para o meio ambiente e também a adapção do país aos impactos das mudanças climáticas.

“Nós estamos comprometidos com a transição energética. Mas isso deve ser feito não a custo do nosso desenvolvimento”, introduziu Carlos Agostinho do Rosário, para quem “nós temos que ter recursos para isso, pois sem esses recursos a adaptação e mitigação não acontece”.

Mas porquê o pedido de financiamento de Moçambique junto dos países mais desenvolvidos. É que, por exemplo, o Grupo das 20 economias mais industrializadas do mundo, o G20 é responsável por 80 por cento dos gases emitidos para o meio-ambiente e ao limitarem as emissões, limitam também as janelas de desenvolvimento para países como o nosso”.

Daí que em París comprometeram-se a financiar o processo de transição energética para as Nações em desenvolvimento. O Primeiro-ministro explica que o dinheiro é necessário porque “temos que ir buscar tecnologia para fazer com que a população se adapte e entenda as novas orientações para que não devaste a floresta. Esta conversão da cultura para aquilo que é necessário fazer exige recursos e tecnologia. Tudo isso está no nosso plano de redução de emissões de carbono. Venham os que têm tecnologia e os que têm dinheiro. Vamos mobilizar-nos para ultrapassar este desafio”, considerou.

Aliás, vincou Carlos Agostinho do Rosário que “o nosso país, encontra-se na rota dos fenómenos climatéricos extremos que, ultimamente, ocorrem com maior frequência e intensidade. Ao longo dos últimos 40 anos, Moçambique foi assolado por 21 ciclones tropicais, 20 inundações e 21 secas. Em 2019, Moçambique foi atingido pelos ciclones Idai e Kenneth”. A terminar chamou atenção de que é nosso desafio, de facto, transformar este plano em acções. Tirar o plano do papel para o terreno.

A Contribuição Nacionalmente Determinante de Moçambique é implementada em parceria com outros países em vias de desenvolvimento e que estão a tomar iniciativas rumo ao alcance da meta de redução das emissões até 2030. De acordo com o Director Nacional para as Mudanças Climáticas no Ministério da Terra e Ambiente, o plano lancado ontem em Glasgow é mais ambicioso nos compromissos. “No plano passado nós tinhamos uma quantidade de 31 milhões de toneladas de dióxido de carbono por reduzir e podem ver agora que os metas subiram. Então há um trabalho que foi feito com as metas mas também com a orçamentação, que é uma forma de termos um plano operacional e com o envolvimento de todos para podermos alcançar e dar a nossa contribuição no que diz respeito a estas questões das mudanças climáticas”, afirmou Cláudio Afonso.

A intervenção do Primeiro-Ministro na reunião que junta cerca de 120 líderes mundiais está prevista para esta terça-feira. De quarta até ao dia 12 de Novembro as delegações técnicas vão fazer as negociações dos termos do Acordo de Glasgow e poderá ser o resultado desses acordos a terminar o futuro do planeta.

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