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Trabalhadores da açucareira da Maragra em greve contínua

Cerca de 500 trabalhadores da açucareira da Maragra, no distrito da Manhiça, província de Maputo, estão em grave, há 19 dias, em reivindicação de melhores salários. O grupo exige um aumento de 30%, mas o patronato promete 20% condicionados à retoma ao trabalho e produção de 350 mil toneladas de açúcar até Dezembro próximo. A proposta foi recusada pelo sindicato.

Não é a primeira vez, este ano, que centenas dos mais quatro mil trabalhadores da Maragra Açúcar SA entram em greve. Em Julho passado, por exemplo, o Sindicato Nacional da Indústria do Açúcar e Afins interveio para mediar o conflito mas sem sucesso. A intervenção das autoridades de mediação de conflitos laborais também não foi capaz de pôr termo à zanga dos operários perante a falta de cedência por parte do patronato.

O grosso dos trabalhadores daquela açucareira está afecto à fábrica, onde transforma a cana em açúcar, pelo que exige ser remunerado como trabalhadores da indústria transformadora e não como seus colegas que trabalham no corte da cana-de-açúcar, por exemplo, mas o patronato recusa alegando problemas financeiros.

Sem outra saída, os operários têm observado greves sucessivas e prometem continuar a fazê-lo até que as suas reivindicações sejam atendidas. Aliás, em Agosto passado, perto de 45 hectares de cana-de-açúcar foram queimados durante uma greve de trabalhadores. A Polícia foi accionada e recorreu à força para amainar os ânimos.

Volvidas quase três semanas de uma nova greve, ontem, a Maragra Açúcar SA e a contraparte que representa os cerca 500 trabalhadores que recusam regressar aos seus postos tiveram um frente-a-frente: todas as tentativas de pôr fim ao braço-de-ferro redundaram em fracasso. O comité sindical queixa-se da falta de abertura do patronato para as negociações.

A fábrica foi encerrada e os trabalhadores garantem que não vão retomar as actividades enquanto as suas reivindicações não forem satisfeitas, segundo o secretário do Comité Sindical da Maragra, uma organização membro do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria do Açúcar (SINTIA), Alexandre Júlio.

O patronato não se pronunciou sobre o assunto e a massa laboral pediu, em declarações ao “O País”, a intervenção do Governo.

 

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