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Textáfrica do Chimoio: equipa-surpresa agora pela negativa!

A sensação da ronda do fim-de-semana aconteceu num resultado que pode ser lido como negação à lógica que duas formações até agora apresentavam: o “coitadinho” do Sporting de Nampula, isolado no fundo da tabela, recebeu e venceu sem reticências a turma do Chimoio, por uma margem segura. Uzaras tinha prometido sacudir o pessimismo e conseguiu. Os de Manica, após esta ronda, vão começando a ver aumentadas as distâncias do topo, distanciando-se cada vez mais do sonho lindo de chegar ao título nacional.

Numa jornada em que o jogo-grande seria, sem margem para dúvidas, o Songo-Ferroviário, numa verdadeira luta de gigantes, amputada devido ao compromisso africano do campeão nacional, a Liga Desportiva de Maputo perdeu uma excelente oportunidade de dar um passo de gigante para continuar a “pisar os calos” aos da frente, ao ir buscar apenas um ponto a Gondola diante da UP.

Estamos em presença de um estranho liga-desliga da turma de Akil Marcelino, tanto nos resultados como nas exibições.

Canários: o foco

Agora é só a taça?

O Costa do Sol, pela voz do seu treinador Horácio Gonçalves, já atirou a toalha ao chão, tendo agora como foco a Taça de Moçambique. Se contra factos não há argumentos, a verdade é que é algo inédito no clube, deixar de pensar no título a oito jornadas do seu términos. Na não vitória – mais uma – em casa diante do Chibuto, os assuntos extra-futebol terão sido dominantes, com o árbitro António Munguambe a ser uma das figuras centrais pela maneira branda como “leu” alguns factos.

Após os golos madrugadores, fez vista grossa a uma entrada à margem da lei de um defesa visitante sobre um avançado da casa. E onde a dúvida seria entre o cartão amarelo ou o vermelho, optou por nem sequer a falta assinalar. Entre outros, houve o deixa-andar à atitude do técnico canarinho que, junto à linha, protagonizou um empurrão a um jogador do Chibuto. Felizmente, o rastilho não se alastrou.

Chegada de madrugada:

Culpa ou desculpa Beirense

Descansadinho, imprimindo um ritmo forte, no sábado, o Maxaquene recebeu no Zimpeto e derrotou o Ferroviário da Beira, equipa que, segundo o seu técnico só aterrou na capital do país às 3 horas da madrugada do dia anterior. Porque não se negociou a passagem do jogo para domingo?

A verdade é que, por acréscimo, o frio e o vento exigiram um esforço suplementar aos atletas. A turma da Beira fez o que podia, mas acabou sobrando. As poucas horas de sono terão tido influência? Claro. Só quem nunca jogou futebol a sério é que pode colocar dúvidas.

Surpreendente foi a derrota caseira do 1. De Maio, impedido de jogar no seu campo habitual diante do Vilanculos. Previsíveis foram a vitória caseira do Incomáti diante dos Locomotivas de Nacala e o precioso ponto que os Locomotivas nampuleneses de Faife foram averbar ao Desportivo de Nacala.

Dos 14 golos da ronda, 9 pertenceram às turmas da casa e 6 dos visitantes. Apesar dos jogos em atraso não permitirem fazer juízos definitivos, vão ficando cada vez mais claras, pela leitura, as hipóteses dos clubes que irão, no final da maratona, ocupar os lugares do pódio, da permanência e da descida.

 

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