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Terrorismo em Cabo Delgado: Ramaphosa alarga missão militar sem conhecimento da assembleia sul-africana

A Assembleia Nacional da África do Sul só tomou conhecimento a 28 de Fevereiro passado, sobre a prorrogação da missão militar da Força Nacional de Defesa daquele país para o combate ao terrorismo em Cabo Delgado, norte de Moçambique.

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, alargou até 15 de Abril o destacamento da Força Nacional de Defesa da África do Sul em Moçambique no âmbito da missão militar em Cabo Delgado. Entretanto, a medida, tomada na segunda semana de Janeiro, no Malawi, ainda não era do conhecimento do Parlamento.

Os militares da Força Nacional de Defesa da África do Sul continuarão a apoiar a República de Moçambique no período de 16 de Janeiro de 2022 a 15 de Abril de 2022, lê-se na carta do Presidente Cyril Ramaphosa, datada de 28 Fevereiro deste ano, mas divulgada somente na última sexta-feira pelo Parlamento sul-africano.

A notícia é avançada pela News24, acrescentando que, de acordo com a carta do Chefe de Estado à Presidente da Assembleia Nacional, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, as tropas sul-africanas são compostas 1.495 homens, para uma operação que vai custar de 984 milhões de rands, dos 29,5 milhões de dólares previstos pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral para até Abril.

O alargamento da missão da SADC em Cabo Delgado foi decidida em Janeiro deste ano, numa Cimeira de Chefes de Estado da SADC em Lilongwe, no Malawi.

A Constituição da África do Sul obriga o Presidente a informar o Parlamento prontamente sobre assuntos como o que a 28 de Fevereiro deu a conhecer à Assembleia Nacional.

Contudo, Ramaphosa ainda não tinha informado à Assembleia Nacional sobre a continuidade do apoio da África do Sul no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.

A Agência de Informação de Moçambique cita o ministro sombra para a Defesa na África do Sul, Kobus Marais, a esclarecer que o Parlamento foi informado da decisão de extensão da missão militar em Cabo Delgado na noite de quinta-feira, durante a reunião do Comité Permanente Conjunto para a Defesa.

Nesse sentido, foi solicitado ao presidente do Comité Parlamentar para se inteirar, junto do gabinete do presidente Ramaphosa, sobre as razões pelas quais só informou a 28 de Fevereiro sobre a prorrogação da missão em Cabo Delgado.

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