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Terminou prazo de regularização de campas e jazigos na capital

Terminou hoje o prazo para a regularização de campas e jazigos, nos cemitérios municipais da Cidade de Maputo, depois de a edilidade ter prorrogado por mais quatro meses. 120 dias depois, ainda há munícipes que não concordam com a cobrança deste serviço.

Este processo, que teve o seu início no mês de Abril do ano em curso, dividiu opiniões entre os munícipes da Cidade de Maputo.

É que a edilidade exigiu que, em 60 dias (primeiro em Abril, depois em Maio), todas as campas e jazigos fossem regularizados, sob pena de serem revertidos a favor do Município.

Mas, esta decisão não reuniu consensos, houve vozes em todo lado, tendo a edilidade recuado da decisão e prorrogado por mais quatro meses.

Anunciado a 24 de Julho, o Município de Maputo decidiu que ontem fosse o último dia, marcado por pouca afluência dos munícipes, contrariamente ao que se verificou no último prazo, em Julho.

Porém, os poucos que lá estiveram continuam a considerar inoportuna a decisão do Município de Maputo e condenam, acima de tudo, a decisão de “abocanhar” os espaços não regularizados.

“Não tem sido fácil estar aqui, devido à pandemia e as constantes enchentes que aqui se verificam, para além da morosidade no atendimento. Mas, mais do que isso, eu acho que não é altura para se seguir com essas cobranças”, desabafou Gracinda Cumbe.

A mesma aflição é vivida por Emílio Chaúque que, mesmo sem concordar, conseguiu regularizar uma das três campas por que é responsável.

Chaúque estava à espera do recibo que comprovava a regularização de uma campa, mas não se conforma com a imposição.

“O Município deu-nos seis meses para regularizar os espaços, mas é preciso saber que temos família por alimentar e tantas despesas por suportar. A vida está difícil para nós, os moçambicanos”, disse.

O vereador de morgues e cemitérios do Município de Maputo, Hélder Muando, disse que o processo é irreversível e quem não regularizar poderá perder a campa.

“Findo o prazo de 120 dias, nós iremos aplicar aquilo que está na Postura Municipal, que diz que o coval se reverte a favor do Conselho Municipal e a edilidade dará o destino correcto àquele local. O mesmo acontece com os jazigos. No caso vertente, serão retiradas as ossadas e depositadas nos ossários e aquele coval será preparado de modo a receber novas sepulturas”, explicou o gestor.

Segundo o vereador, o processo decorreu de forma tranquila, tendo-se registado maior afluência nas últimas duas semanas, onde foi registado 75 por cento das metas.

“Em duas semanas, nós conseguimos regularizar 2500 campas e isto foi positivo para o alcance das nossas metas, que eram de regularizar 20 mil campas em Lhanguene e 29 mil, no cemitério de Michafutene, este último está muito abaixo e há registo de campas abandonadas”, disse.

De Abril até esta parte, já foram regularizadas mais de 15 mil campas no cemitério de Lhanguene, contra 13 mil no Michafutene.

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