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Taxistas da Cidade de Maputo exigem aumento de 50 Meticais por quilómetro

Foto: O País

Taxistas, na Cidade de Maputo, querem aumento de 50 Meticais por quilómetro, para fazer face aos custos operacionais. Assim, o valor pago por quilómetro passaria dos actuais 100 para 150 Meticais. A classe diz sentir-se abandonada, pois, há cerca de sete anos, a tabela de preços não é actualizada.

Desde 2015, mais de 270 operadores da Associação dos Taxistas da Cidade de Maputo (TAXIMA) esperam por uma resposta satisfatória por parte da Assembleia Municipal. Em causa, está a tabela de preços que permanece inalterada, mesmo com as várias subidas dos preços dos combustíveis e do aumento do custo de vida.

Os taxistas dizem-se abandonados, pois submeteram, há mais de sete anos, propostas, sem respostas satisfatórias.

“Nós somos órfãos. Pagamos taxas ao Conselho Municipal [da Cidade de Maputo], mas nunca vieram ao nosso encontro para saber o que está a acontecer de concreto com a nossa actividade. Sentimo-nos abandonados”, lamentou Artur Xavier, taxista há mais de 20 anos.

Segundo contam os taxistas, a situação tem contribuído para que os seus dias sejam cada vez mais complicados, devido aos custos operacionais da actividade.

A operar táxi desde 2002, Inácio Macuácua disse ao “O País” que o seu lucro mensal já não é suficiente para cobrir as despesas de manutenção da viatura e para alimentar a sua família.

“A situação não está nada boa, está cada vez difícil. Eu trabalho, tenho que sustentar a família, cobrir as despesas do carro, comprar pneus e fazer a manutenção completa da viatura. O negócio já não é rentável, pois eu trabalho, mas não vejo lucros”, queixou-se Macuácua, apelando para “que se faça a revisão da tabela dos preços e que seja geral, porque, se cada um marca o seu preço, o cliente acaba por ficar baralhado e isso torna o trabalho mais complicado”, referiu.

Por outro lado, a situação torna-se mais agravante pelas subidas sucessivas dos preços dos combustíveis, tal como explicou Daniel Firmino, que é taxista há mais de 10 anos.

“Quando os preços dos combustíveis sobem, o preço do táxi mantém-se. Estamos há mais de cinco ou dez anos a trabalhar com os mesmos preços. Assim, é impossível ter lucros. Não consigo nem sequer fazer a manutenção do meu carro”, justificou Firmino.

A tabela de preços em vigor prevê o pagamento de 100 Meticais por quilómetro, valor que não é suficiente para cobrir todas as despesas operacionais. Assim, a TAXIMA sugere um aumento de 50 Meticais.

“Ainda estamos em conversações com o Conselho Municipal para que aprove uma nova tarifa, pois precisamos de unificar os preços, para que todos os operadores de táxis possam implementá-la”, explicou Luís Rafael, presidente da Associação dos Taxistas da Cidade de Maputo.

O presidente da TAXIMA disse ainda que a actual tabela de preços tem contribuído para o aumento da concorrência desleal.

“É difícil, porque, além dos táxis por aplicativo, existem táxis ilegais, que se proliferam em toda a cidade. E o Conselho Municipal sabe muito bem da localização desses táxis, mas simplesmente nada faz e cada um aplica os seus preços, em prejuízo dos taxistas licenciados”, concluiu.

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