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Taça de Moçambique: Costa do Sol conquista troféu sem glória nem honra

O Costa do Sol revalidou o trofeu da Taça de Moçambique ao conquistar pelo segundo ano consecutivo a prova. Os canarinhos venceram na final o Ferroviário da Beira num jogo que teve uma má arbitragem de Estêvão Matsinhe e seus assistentes.

Foi o encerramento da época futebolística e com ela mais um caso! Má arbitragem do trio que ajuizou o jogo e que provocou momentos pouco dignos no nosso futebol. Um fora de jogo mal assinalado, quase no final dos 90 minutos, deitou por terra a boa exibição das equipas em campo, perante assistência de quase cinco mil pessoas, com destaque para o Primeiro-Ministro do país, Carlos Agostinho do Rosário, a ministra da Juventude e Desporto, Nyeleti Mondlane e outras figuras e dirigentes desportivos.

Mas no final venceu o Costa do Sol, com uma ajuda de Estêvão Matsinhe, á salvar a época no ninho do canário. Aliás, Estêvão Matsinhe marcou o fim da sua carreira de arbitragem e entra para a reforma. Pela porta pequena.

Confronto dos Gonçalves vencido por Horácio

O Ferroviário da Beira foi a equipa que desde cedo procurou chegar ao golo, priorizando remates de longa distância, testando a atenção de Guirrugo, mas sem alcançar os seus intentos. A resposta do Costa do Sol era tímida e sem grande perigo. Aliás, tratando-se de uma final, as equipas não queriam arriscar muito, sob pena de serem surpreendidos.

Mas os momentos mais da primeira parte aconteceram aos 36 e 37 minutos.

Primeiro foi Thomas, a roubar a bola de um contrário e, num momento de inspiração, rematou do meio da rua e marcou um golo de antologia. Um golo de levantou os muitos adeptos do Ferroviário da Beira, que chegaram em dois autocarros e que eram ajudados pelos adeptos dos “locomotivas” de Maputo, mas deixou boque-abertos os adeptos “canarinhos”, que não queriam acreditar no que tinham visto.

Enquanto festejavam os adeptos “locomotivas”, o canário reagiu logo de seguida, e Mbulu não ficou atrás. O jogador malawiano fez um remate cruzado e sentou Willard, que não percebeu o que tinha acontecido. Mas o golo foi precedido de clara falta de Mbulu sobre o jogador “locomotiva”. Foi a primeira vez que o primeiro assistente fechou os olhos a uma clara situação de “roubalheira”.

Até ao final da primeira parte, nada mais ouve.

 

Fora-de-jogo inexistente e árbitro quase “linchado”

Na segunda parte houve pouco futebol. As equipas continuavam a não querer arriscar. Só em uma ocasião é que se viu uma oportunidade de golo por Mbulu, que desmarcou-se bem, passou por Willard, rematou para o golo, mas valeu a boa recuperação de Willard a cortar a bola em cima da linha. Ainda gritou-se golo, mas esteve bem o segundo assistente, a não validar o pretenso golo.

E o momento que manchou o jogo foi ao minuto 84, quando Maninho é bem desmarcado, sai em posição legal, mas incompreensivelmente o primeiro assistente volta a fechar os olhos e levanta a bandeirola, assinala fora de jogo inexistente. Um lance que deixou enfurecidos os jogadores e adeptos do Ferroviário da Beira que rodearam o assistente pedindo justificações. Debalde porque o golo já havia sido anulado e nada mais se podia fazer.

O empate manteve-se até ao final do jogo e no prolongamento pouco ou nada se viu, com as equipas a arrastarem o jogo até as grandes penalidades.

Nas grandes penalidades, o Costa do Sol ainda começou mal, com penalte falhado por Stephen, mas Sibale, Raúl, Nené e Jorge trataram de corrigir o erro, perante falhanços de Mambucho e Nelito, não valendo os remates certeiros de Maninho e Edson, do lado “locomotivas”.

Assim, o canário conquistava o seu 13º troféu da Taça de Moçambique, com uma ajuda de Estêvão Matsinhe, que encerrava a sua carreira de 24 anos de arbitragem, com o jogo número 204 de má memória.

No final do jogo o Ferroviário da Beira continuou a protestar o golo anulado e encostou a equipa de arbitragem até a intervenção da polícia e dos seguranças. Mas recusou-se a receber as medalhas, porém a intervenção do seu presidente fez com que os jogadores recuassem e recebessem, não só as medalhas, assim como o cheque no valor de 350 mil meticais. Ao Costa do Sol, vencedor da Taça de Moçambique coube medalhas e um cheque de 550 mil meticais.

Assim, as duas equipas vão representar o país nas competições africanas da época 2019/2020, nomeadamente na Taça CAF, juntando-se a União Desportiva de Songo e ao Ferroviário de Maputo, que vão disputar a Liga dos Campeões africanos.

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