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“Sufoco” na vacinação de diabéticos no HCM

Iniciou, esta quarta-feira, a primeira fase da vacinação de pessoas com diabetes, no Hospital Central de Maputo, que termina esta sexta-feira. Entretanto, o segundo dia foi marcado por enchentes e confusão, sem observância das medidas de prevenção da COVID-19.

São, ao todo, 12 mil diabéticos inscritos na Associação Moçambicana de Diabéticos, mas os dados revelados pela associação indicam que apenas 40% é que são activos, daí a confusão… Todos querem ser imunizados, fazendo parte ou não da associação.

Os associados pedem prioridade e os não associados acham injusto, pois defendem que todos precisam da vacina.

Logo na entrada do Banco de Socorros do Hospital Central de Maputo, as enormes filas e aglomeração chamavam atenção. Entretanto, para evitar a contaminação, a ordem era de que os diabéticos, que não tinham recebido as senhas, voltassem esta sexta-feira, o que não agradou a muitos.

“Eu sou deficiente, não tenho uma perna, sou vulnerável e vivo muito longe, como é que dizem para voltar amanhã? Por que não dão senhas para voltarmos amanhã? Isto está desorganizado, não posso estar todos os dias no hospital”, queixou-se Fátima Muchanga, diabética há três anos.

Iussufo Adamo, outro diabético que portava a senha número 200, conta que esteve no local da vacinação esta quarta-feira, mas por não fazer parte da associação foi obrigado a inscrever-se para poder vacinar.

“Não é justo, eu também tenho diabetes como todos outros aqui, estive cá ontem, me inscrevi e mandaram voltar hoje, mas pela confusão, nem sei se hei-de vacinar aqui ”, lamentou.

Não obstante a confusão, o processo de vacinação decorria, ainda que, para alguns doentes, fosse a um ritmo lento, pelo que os profissionais de saúde tentavam manter a calma dos pacientes e dos seus acompanhantes.

A Médica internista, Sandra Loureiro, responsável pelo processo, garantiu que todos os diabéticos, associados ou não, serão vacinados.

“Recebemos informação do Ministério que diz que devemos vacinar todos os diabéticos, entretanto temos dúvidas se podemos vacinar ou não amanhã, por conta da avalanche”.

A médica explicou que esta é a primeira fase, e os diabéticos que não forem vacinados serão abrangidos em outras fases, por isso, apelava à calma.

“Serviu de aprendizado para nós, nas outras fases teremos outros pontos para vacinação, assim evitarmos aglomeração e que os diabéticos se desloquem dos diversos pontos de origem para aqui”, acalmou Loureiro.

Por conta da situação, foi necessária a intervenção de Benigna Matsinhe, a directora adjunta de Saúde Pública, que chegou com novas ordens, e estas davam conta de que todos os doentes presentes no HCM seriam imunizados esta quinta-feira, o que aumentou a meta para 500.

O processo continua até esta sexta-feira e, no fim do dia de hoje, espera-se ter vacinado pelo menos 700 pessoas, uma vez que, na passada quarta-feira, primeiro dia do processo foram vacinadas cerca de 200 diabéticos.

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