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Sudaneses protestam contra golpe militar

Foto: Notícias ao Minuto

Milhares de sudaneses saíram, hoje, às ruas para protestar contra o golpe militar, ocorrido no início dessa semana e que pode colocar em causa a transição do país para a democracia.

O movimento de protestos, neste sábado, foi liderado pelo grupo pró-democracia que exige a reinstalação do Governo de transição deposto e libertação das figuras políticas detidas, segundo escreve a agência portuguesa de notícias, Lusa, citada por Notícias ao Minuto.

Os manifestantes invadiram as ruas de Cartum e de Omdurman, temendo que as forças de segurança possam recorrer à violência para dispersar os contestatários.

As manifestações, sob a bandeira de “Retroceder é impossível”, foram convocadas pela Associação de Profissionais do Sudão e pelos chamados Comités de Resistência, organizações que estiveram na linha de frente do levantamento contra Al-Bashir e o seu Governo islâmico e que exigem o desmantelamento do conselho militar no poder, liderado por Burhan, e a entrega do Governo aos civis.

A lista de reivindicações inclui, também, o desmantelamento de grupos paramilitares e a reestruturação das agências militares, de inteligência e de segurança para afastar oficiais ainda leais a Al-Bashir.

Na sexta-feira, o enviado especial das Nações Unidas para o Sudão manteve um encontro com o general Mohammed Hamdan Dagalo, um líder golpista próximo de Abdel-Fattah Burhan, que comanda as Forças de Apoio Rápido, uma unidade paramilitar que controla as ruas da capital Cartum e que desempenhou um papel importante no golpe.

De acordo o Notícias ao Minuto, o representante das Nações Unidas no Sudão descreveu, na sua conta do Twitter, a conversa com Dagalo como tendo sido tranquila e que enfatizou-lhe a necessidade de calma, permitindo protestos pacíficos e evitando qualquer confronto.

A transição do Sudão para a democracia começou em 2019, quando uma revolta popular forçou a retirada do autocrata Omar Al-Bashir e do Governo aliado islâmico, após quase três décadas no poder.

Desde segunda-feira, as tropas têm disparado balas de borracha e gás lacrimogéneo contra os manifestantes anti-golpe, alguns dos quais foram espancados com paus e chicotes, refere a AP, citada pelo Notícias ao Minuto.

Desde a tomada militar, tem tido protestos diários nas ruas e pelo menos nove pessoas foram mortas por disparos das forças de segurança, de acordo com o Comité de Médicos do Sudão e activistas. Pelo menos 170 outras pessoas ficaram feridas, de acordo com a ONU.

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