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Songo ligou energia e descarrilou a “locomotiva”

A União Desportiva de Songo conquistou a 39ª edição da Taça de Moçambique, após vencer o Ferroviário de Maputo por duas bolas sem resposta. Foi o segundo título dos "hidroeléctricos", que aproveitaram para se vingar da derrota que ditou um pré-adeus à luta pelo título nacional

Foi sim uma vingança servida fria num prato dourado, que fez a "locomotiva" descarrilar na Taça de Moçambique, feito Mazamera, mas que em dose dupla. Amadou e Telinho fizeram as honras com dois grandes golos de belo efeito, que só deixam triste quem é fanáctico frenético do Ferroviário de Maputo.

Não é como começa, mas como termina

Facto mesmo é que o Ferroviário de Maputo até entrou bem no jogo, dispondo das melhores oportunidades de marcar, nos primeiros 20 minutos. Uche foi a cara do descalabro e falta de pontaria da sua equipa, desperdiçando inúmeras oportunidades, tanto de longe como de perto.

Timidamente os homens de Songo ainda tentavam reagir, mas era mesmo timidamente, porque ainda estavam traumatizados com a derrota sofrida no Moçambola. Afinal não era qualquer equipa que dava cabazada de 3-1 aos "hidroeléctricos".

Vingança em dose dupla

A bola parecia vir de Songo, porque desobedecia redondamente ao comando dos jogadores do Ferroviário de Maputo. Tão desobediente que até mesmo de grande penalidade, cobrada por Uche (ele, pois claro), a bola negou-se a beijar as malhas e foi embater com estrondo no travessão.

Foi acreditando que a bola podia estar inclinada para si que a União Desportiva de Songo acordou no jogo e começou a correr.

Amadou, de fora da área, bem longe da grande área, ou seja, do meio da rua, desferiu um canhão que só parou no fundo das malhas de Franque. Coitado do guarda-redes "locomotiva" que nem se mexeu. Estava aberto o marcador.

Quando o Ferroviário procurava acordar para reagir, já engolia o segundo, à imagem e semelhança do primeiro. Desta vez foi Telinho, a mostrar a sua veia goleadora, senão não teria sido ele a marcar três golos em cinco jogos dos Mambas.

Mazamera já sofria duas vezes e nas bancadas, de um lado a festa, e do outro o silêncio. Ainda era primeira parte e o Ferroviário precisava de se reorganizar.

Entregar iniciativa e gerir o resultado

Quando se pensava que fossem os "locomotivas" a entrarem com tudo na segunda parte, foi a União Desportiva de Songo que ameaçou. Novamente em dose dupla: primeiro por Luís Miquissone, a rematar á entrada da área, mas desta vez Franque estava atento e com uma palmada tirou o perigo da sua baliza, e depois com Jeitoso e Franque a não se entenderem, quase fazendo o autogolo.

Só ao apagar das luzes é que houve uma reacção "locomotiva", com Ussama a rematar ao lado, mesmo em posição frontal. Era o descarrilar definitivo da "locomotiva", em pleno Estádio Nacional do Zimpeto e perante o seu público.

Um título bem entregue a uma equipa que não mesmo tendo entrado mal, soube aproveitar as duas oportunidades que teve, de longe, para sentenciar o jogo.

Volta a vencer a União Desportiva de Songo, depois da conquista de 2016, enquanto o Ferroviário de Maputo perde pela sexta vez uma final da Taça de Moçambique.

 

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