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A barragem dos Pequenos Libombos está a efectuar descargas na ordem de 200 metros cúbicos por segundo, por conta da chuva que tem vindo a cair nos últimos dias na Cidade e província de Maputo. O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, visitou a infra-estrutura e garante que o nível de descargas não irá afectar a população.

A razão para as descargas que estão a ser feitas está relacionada com o altos níveis de escoamento das águas no caudal do rio Umbeluzi, resultado da chuva intensa que tem estado a cair, aliado ao facto de a barragem já ter esgotado a sua capacidade de armazenamento, aquando da passagem da tempestade “Filipo’.

“O nível da barragem está praticamente a 100 por cento, por isso, de ontem para hoje,  teve de se aumentar o nível de descargas. 50 primeiro depois foi-se para 100 metros cúbicos por segundo e, hoje, estão a proceder descargas na ordem de 200 metros cúbicos por segundo”,  avançou Carlos Mesquita.

Questionado se o nível de descarregamento nos Pequenos Libombos  coloca em causa as áreas de produção, o ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, garantiu não haver motivos de preocupação para as zonas de produção.

“No ano passado, em Fevereiro, esta barragem chegou a descarregar cerca de 2.800 metros cúbicos por segundo, este ano está a descarregar 200 metros cúbicos. Ou seja, 8 por cento quando comparado a 2023. Neste momento, o que temos como registo são culturas que se encontram nas proximidades da barragem e nada mais gravoso do que isso”, garantiu Mesquita durante a visita. 

Neste momento, a Administração Regional de Águas do Sul (ARA Sul) diz estar a monitorar a situação junto com outras entidades, nomeadamente, o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) e  a comunidade.

Quanto à barragem de Corumana, no rio Sábie, também na província de Maputo, a ARA Sul diz estar a 60 % da sua capacidade e a de Massingir está a 70%.

Está interdita a circulação de viaturas pesadas de carga, a partir de hoje até dia 10 de Abril, na estrada que liga Montepuez e Mueda, na província de Cabo Delgado. A Administração Nacional de Estradas diz que a medida visa permitir a reabilitação do troço Rio Muirite-Mueda, danificado com a chuva.

 Há troços intransitáveis na estrada número 698, que liga Montepuez e Mueda, especificamente no troço entre rio Muirite e Moeda, devido às chuvas intensas que caem na província de Cabo Delgado.

Por conta disso, a Administração Nacional de Estradas interditou a circulação de viaturas pesadas de carga, durante 16 dias, a partir desta terça-feira, para dar lugar às obras de reabilitação dos troços mais críticos.

A subida do nível das águas interrompeu também a transitabilidade da estrada Macomia-Awasse, na mesma província. 

De acordo com o delegado provincial da ANE em Cabo Delgado, decorrem trabalhos para apurar as infra-estruturas afectadas na província.

A ANE recomenda a não circulação de veículos com peso total acima de 10 toneladas, em tempos chuvosos em estradas terraplanadas.

Trata-se de um professor da Escola Secundaria 25 de Setembro, na Vila de Homoíne, província de Inhambane,  que no passado dia 2 de Dezembro, terá forçado uma adolescente de 16 anos de idade a manter relações sexuais como condição  para passar de classe. 

A adolescente e a família não  aceitaram falar à imprensa, mas contaram ao Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) que aquela não foi a primeira tentativa de se aproveitar sexualmente da vítima. 

A rapariga não cedeu à “chantagem” e reprovou de classe. Em Dezembro passado, enganada pelo mesmo, a rapariga foi ao encontro do professor para alegadamente ter aulas de explicação, mas o que aconteceu foi outra coisa.

Na noite do mesmo dia, os pais da rapariga acabaram descobrindo o que aconteceu e foram apresentar o caso à Polícia. As autoridades confirmaram o crime, depois de um diagnóstico médico.

Depois de confirmada a violação, o professor acabou detido, mas solto, no dia seguinte. O professor não só foi solto 72 horas depois de sua detenção, como também continua a trabalhar na mesma escola onde a rapariga violada está a estudar.

A Procuradoria Provincial da República de  Inhambane publicou um comunicado de impressa no qual faz saber que registou um caso de assédio sexual na Escolas Secundária 25 de Setembro de Homoine, ocorrido no dia 2 de Dezembro de 2023, no qual um professor de 32 anos de idade teria convidado uma menor de 16 anos de idade, por sinal sua aluna, para um encontro alegadamente para tratar assunto relacionados com ensino e aprendizagem. 

No referido documento, o Ministério Público diz que, após a denúncia, foi aberto processo-crime e tendo sido instruído com arguido em liberdade, mediante Termo de Identidade e Residência.

O referido professor foi constituído arguido, indiciado pela prática dos crimes de actos sexuais com menores, previsto e punível pelo nrº 1 do artigo 203, e assédio sexual, previsto e punido pelo nrº 1 do artigo 205, ambos do Código Penal.

Terminada a instrução, o professor foi acusado pela prática dos crimes acima mencionados.

“Nos termos das alíneas a) e b) do número 1 do artigo 333 conjugado com nr. 5 do artigo 331, ambos do Código de Processo Penal, o arguido e o assistente foram notificados da acusação e findo o prazo legal os mesmos não apresentaram requerimento para abertura da audiência preliminar. O processo foi remetido ao Tribunal Judicial do Distrito de Homoine para trâmites subsequentes”, lê-se no documento.

E mais: “O Ministério Público, no cumprimento do seu dever plasmado na alínea g) do nrº 2 do artigo 126 da Lei nr 1/2022 de 12 de Janeiro (Lei Orgânica do Ministério Público), informou aos superiores hierárquicos dos arguidos de que contra eles foi instaurado processo crime de modo a prevenir a continuação da actividade criminosa, tendo descrito e diz que continuará de forma intransigente a defender os interesses dos menores, e intensificar as medidas de prevenção nas escolas”.

A força das águas levou consigo duas vidas e deixou um ferido, na capital do país. Até segunda-feira, havia o registro de cerca de 10 mil famílias afectadas pelas inundações. O Conselho Municipal fala ainda de 15 escolas totalmente inundadas e alguns hospitais com serviços condicionados.

Choveu intensamente entre domingo e segunda-feira, na Cidade de Maputo. O resultado não podia ser bom. 

Quase todos os distritos municipais ficaram inundados. Até esta segunda-feira, o Conselho Municipal tinha o registo de cerca de 10 mil famílias afectadas, “isto podemos traduzir, mais ou menos, em 42.220 pessoas afectadas”, revelou, esta terça-feira, Anabela Inguane, vereadora do Conselho Municipal de Maputo.

A edilidade acredita que tais números podem aumentar e assegura estarem disponíveis 18 centros de acomodação, sendo 13 transitórios (o que significa que vão acolher pessoas por determinado período de tempo), que por conta das últimas chuvas, abrigam 3500 pessoas.

“Nós estamos a prestar assistência alimentar, baldes, mantas, esteiras e estamos a prestar assistência também, em coordenação com o INGD, no fornecimento de tendas e um pouco daquilo que eles precisam”, afirmou a vereadora.

A fúria das águas não poupou também as infra-estruturas públicas. Ao todo, 15 escolas ficaram completamente inundadas, na capital do país, pelas chuvas que afectaram  tanto Maputo, como Matola, e fustigaram igualmente as províncias de Gaza e Inhambane e outros pontos do centro e norte do país, entre domingo e segunda-feira.

As aulas foram interrompidas, até ao dia 29 próximo. Apesar de reconhecer que a situação das inundações é crítica, a edilidade assegura que a normalidade está para breve, no sector da Educação.

“As nossas equipas estão a trabalhar para desobstrução das valas, fazendo este trabalho as águas começam a correr normalmente e leva o seu decurso normal ”, garantiu Anabela Inguane.

Alguns hospitais tiveram o tecto desabado, outros tiveram problemas de infiltração como o Centro de Saúde Primeiro de Maio, Hospitais Gerais de Mavalane  e José Macamo, que condicionaram serviços como o de maternidade.

O Instituto Nacional de Meteorologia prevê o abrandamento das chuvas a partir desta terça-feira no sul do país. Por outro lado, há previsão de chuvas fortes, acompanhadas de trovoadas, nas regiões centro e norte de Moçambique.

A Administração Regional das águas do Sul, (ARA-Sul), apela a retirada urgente da população que reside exerce suas actividades nas zonas baixas do Rio Umbelúzi, no distrito de Boane, província de Maputo.

Trata-se de um alerta que surge na sequência da previsão da ocorrência de inundações, devido ao incremento das descargas na barragem dos Pequenos Libombos.

Ontem a Administração Regional das águas do Sul, incrementou os níveis de descargas na barragem dos Pequenos lLibombos, de 50 para 100 metros cúbicos de água por segundo, visando criar capacidade de encaixe na albufeira.

O facto é que neste momento a barragem dos Pequenos Libombos, está com cerca de 96 por cento do nível de armazenamento, numa altura em que há registo de fortes precipitações na zona de afluência do rio Umbelúzi.

Com as descargas que estão a ser feitas desde ontem na Barragem dos Pequenos Libombos, espera-se que para além das inundações nas zonas baixas do Rio Umbelúzi, haja registo de condicionamento na travessia dos drifts de Umpala e Mazambanine, tal como explicou a chefe do Departamento de Recursos Hidricos, na Ara-Sul, Lizete Dias.

Nas últimas 24h00, a província de Maputo registou fortes precipitações em quase todos os distritos, o que está a provocar situações de inundações e intransitabilidade.

Município da Matola apoia vítimas das indundações

Na cidade da Matola, província de Maputo, o Conselho Municipal acaba de disponibilizar centros de acolhimento em três postos administrativos, para acolher famílias fortemente afectadas pelas chuvas intensas que continuam a cair.

Trata-se de centros localizados no Instituto Industrial da Matola no posto administrativos Matola-Sede, Igreja Assembleia de Deus, Escola Primária Muchisso e Escola Primária Completa 8 de Marco, na Machava, Comité de Círculo de Nkobe e Escola Primária Completa do Intaka no posto administrativo de Infulene.

Chuvas fortes, acompanhadas de trovoadas, poderão cair nas regiões norte e centro do país nas próximas 24 horas. Enquanto isso, chuvas fracas vão continuar a cair na região sul do país.

São chuvas que poderão cair em todo o país nas próximas 24 horas, com intensidades diferentes.

No norte e centro, o Instituto Nacional de Meteorologia prevê chuva moderada a forte, acompanhada por trovoadas e vento com rajadas.

O alerta vai, principalmente, para grande parte dos distritos de Nampula, Niassa e Cabo Delgado.

“O Instituto Nacional de Meteorologia prevê a ocorrência de chuva moderada a forte (30 a 50 milímetros em 24 horas), localmente forte (mais de 50 milímetros em 24 horas) acompanhadas de trovoadas e vento com rajadas”.

Já na região sul do país, o mau tempo tenderá a abrandar a partir desta segunda-feira, prevendo-se chuvas fracas a partir de terça-feira.

Devido ao alerta de mau-tempo, o INAM recomenda a tomada de medidas de precaução e segurança.

Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique vão retomar a greve a partir desta quinta-feira e a paralisação será mediante a resposta das exigências que constam do caderno reivindicativo entregue ao Governo em Junho de 2023.
Os profissionais de saúde que se viram obrigados a paralisar a manifestação em Agosto do ano passado, acusam o Governo de usar o silêncio como resposta às inquietações, com destaque para falta de medicamentos, más condições das unidades sanitárias e falta de alimentação para os doentes.
Segundo o porta-voz da APSUM, Anselmo Muchave, que fala esta segunda-feira em conferência de imprensa, a situação está mais grave nas unidades sanitárias.
“Decidimos regressar à greve a cem por cento mesmo com a actual situação do país para pressionar uma vez mais o Governo a responder as nossas inquietações, mas como tem sido habitual os nossos colegas sempre prestaram os serviços mínimos” disse Muchave.
A greve vai abranger 71 mil profissionais de saúde a escala nacional.

A chuva que cai na província e Cidade de Maputo, avaliada entre 50 e 130 milímetros, deixou várias casas, ruas e avenidas alagadas e intransitáveis. O INAM prevê que as chuvas continuem, o que poderá agravar as inundações.

A zona Sul do país acordou debaixo de intensas chuvas neste domingo. O rescaldo é preliminar, mas é certo que o fenómeno causou danos.

Só para citar alguns exemplos, pelo menos um posto de transformação de energia eléctrica caiu e uma motorizada desligou-se no meio da água, onde outros veículos, no caso carros, ficaram imobilizados. 

A água da chuva arrastou tanques de água, sem contar que inundou vários locais, um dos quais é a igreja São Joaquim, em que se esperava pelo culto dominical.

Aliás, quase toda a avenida 25 de Setembro esteve alagada. Instituições como Banco de Moçambique, bancos comerciais, INATRO e outras estiveram inacessíveis.

Emelina Lucas saiu da Moamba para a Cidade de Maputo a fim de adquirir produtos e faltou-lhe transporte para regressar.

“Saí de Moamba enquanto chovia lá e vinha adquirir produtos aqui, na Malanga, e já estou de regresso, mas não há autocarro. Só posso fazer ligações até Malhampsene.”

O Instituto Nacional de Meteorologia diz que caiu muita chuva e o cenário vai prolongar-se.

“Este cenário vai fazer com que nesta região Sul do país o volume de precipitação, ou seja chuva, continue a ocorrer nas próximas 24 horas. Portanto, esperamos melhoria a partir da segunda metade da terça-feira. Deste modo, o Instituto Nacional de Meteorologia recomenda que as populações tomem medidas de precaução e segurança face ao elevado volume de precipitação que pode ser acompanhado de trovoadas severas. O volume de precipitação que caiu esteve em torno de 50 a 75 milímetros em Gaza e Inhambane, e só na Província de Maputo a precipitação chegou aos 130 milímetros”, avançou o meteorologista Telmo Sumila.

O meteorologista acrescenta que formou, no nordeste de Madagáscar,  um sistema de baixa pressão, que pode evoluir para ciclone.

“Este sistema tende a evoluir para a categoria de ciclone tropical, entretanto ainda não constitui perigo para o nosso país, apesar de que a interação entre o sistema e a zona convergência intertropical poder criar instabilidade sobre a zona Norte do país, criando precipitação com volumes muito elevados sobre o extremo norte de Niassa e Cabo Delgado.”

A chuva que está a cair veio, mais uma vez, demonstrar a fragilidade existente nos sistemas de escoamento de águas pluviais.

Estão a aumentar os casos de conjuntivite hemorrágica na província de Maputo, que fechou a semana com mais de 1200 casos diagnosticados e submetidos a tratamento. A cidade da Matola é a mais afectada.

Um pouco por todo país estão a ser reportados casos de conjuntivite hemorrágica, o que está a causar preocupação nas populações e nas autoridades sanitárias. E o cenário que vem da província de Maputo não é animador, segundo avançou a responsável do sector de saúde na província , Iolanda Tchamo.

“Nós temos cerca de 1266 casos e a faixa etária mais acometida incide para os maiores de 15 anos de idade, com cerca de 60% dos casos e o distrito mais afectado é o da Matola, com mais de 70% dos casos. Temos vindo a trabalhar com a comunidades e diferentes sectores, especialmente o sector da Educação, de modo a prevenir a transmissão dentro das escolas, assim como na comunidade em geral”, explicou.

Iolanda Tchamo, diz ainda que a província regista uma média diária de acima de 100 casos de  conjuntivite hemorrágica.

“A tendência é de aumento. De quarta para quinta-feira, tivemos cerca de 200 casos, por isso, as actividades de prevenção devem ser intensificadas. Nós apelamos para a população em geral observar as medidas de prevenção, especialmente a questão da lavagem das mãos, higiene individual e colectiva”, afirmou a fonte.

Os principais sintomas e sinais da conjuntivite são inflamação conjuntival e palpebral, olho vermelho, lacrimejo, dor ocular, sensação de areia nos olhos, fotofobia e secreção abundante.

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