O País – A verdade como notícia

O secretário de Estado da província de Manica, Lourenço Lindonde, anunciou, na sexta-feira, a suspensão imediata das actividades de extracção de ouro em Manica, alertando que a medida poderá ser alargada ao distrito de Sussundenga caso persistam práticas que desrespeitem as normas de exploração sustentável dos recursos minerais.

Em comunicado à imprensa, Lindonde explicou que a decisão foi motivada pelos graves impactos ambientais registados, entre eles a poluição de rios, a destruição de florestas e riscos à saúde e segurança das comunidades, incluindo os consumidores da água proveniente da albufeira de Chicamba.

“O Governo da Província de Manica reforça que a exploração de recursos naturais deve cumprir rigorosamente a legislação ambiental e mineira em vigor, respeitando os princípios de sustentabilidade e responsabilidade legal”, disse o governante. Ele sublinhou ainda que nenhuma actividade económica pode prevalecer sobre o direito das populações a um ambiente saudável e equilibrado.

Lindonde acrescentou que equipas de fiscalização e protecção ambiental já foram mobilizadas, garantindo que o executivo provincial continuará a trabalhar para promover uma exploração de recursos que gere benefícios económicos e sociais sem comprometer o património natural da região.

O distrito de Chinde, a primeira capital da província da Zambézia, celebra este sábado (13) 113 anos de elevação à categoria de vila, num momento marcado por reflexões sobre o passado próspero e os desafios que ainda persistem.

Outrora um importante entreposto comercial, Chinde teve grande relevância económica. Produtos como o açúcar de Luabo, a copra proveniente de vastos palmares, considerados, à época, os maiores do mundo, e o arroz local eram exportados para a Europa a partir do porto da vila, tornando a região uma referência no comércio marítimo.

Hoje, porém, a realidade é diferente. A pobreza avança, enquanto problemas como a erosão dos solos continuam a destruir infraestruturas e residências, deixando centenas de casas já demolidas. As vias de acesso degradadas dificultam a mobilidade e o desenvolvimento, aumentando a preocupação da população.

Para assinalar a data, foi realizada a deposição de uma coroa de flores em homenagem à história da vila. A programação festiva inclui partidas de futebol, danças tradicionais e momentos de confraternização, onde comes e bebes, com destaque para a tradicional galinha, prometem animar os residentes e visitantes.

Apesar dos obstáculos, a celebração dos 113 anos de Chinde é também um momento de esperança e união, reforçando o desejo coletivo de ver a vila recuperar o dinamismo económico que marcou os seus tempos de glória.

A ONU alertou que a ajuda humanitária na província de Cabo Delgado registou uma redução de 15% este ano. Até ao final de Julho, cerca de 782 mil pessoas receberam algum tipo de apoio, contra 923 mil no mesmo período de 2024, segundo um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). Isso representa apenas 71% da população-alvo, estimada em 1,1 milhão de pessoas.

O OCHA aponta que a maior parte da assistência veio do Grupo de Segurança Alimentar e Meios de Subsistência, que alcançou as 782 mil pessoas, mas com distribuições bimestrais que cobrem apenas 39% das necessidades calóricas. Sem contar a ajuda alimentar, o número de beneficiários cai drasticamente para 427 mil.

O financiamento também sofreu uma forte queda: foram mobilizados apenas 66 milhões de dólares (cerca de 56,2 milhões de euros), face a uma necessidade de 352 milhões de dólares (cerca de 299,9 milhões de euros), o que representa uma redução de quase 45% em relação a 2024. Além disso, o número de organizações envolvidas passou de 78 para 56, incluindo 26 ONG internacionais, 21 nacionais, seis entidades governamentais e três agências da ONU. Atualmente, as ONG moçambicanas e as instituições do governo respondem por quase metade das operações.

Diante desta limitação, o Plano de Ação para o Desenvolvimento Sustentável de 2025 foi “hiper priorizado” em março, dando maior atenção aos distritos de Macomia, Muidumbe, Nangade e Quissanga. No entanto, a ONU destaca que a ajuda continua concentrada em segurança alimentar, enquanto áreas essenciais como abrigo, saúde, higiene e proteção permanecem gravemente carentes.

Paralelamente, a província enfrenta novos ataques armados desde julho, com incidentes em Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e, mais recentemente, em Mocímboa da Praia.

A província de Cabo Delgado regista um aumento de ataques terroristas desde Julho, tendo sido alvos os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e mais recentemente Mocímboa da Praia.

O Estado poderá comprar ações ou participação de órgãos de Comunicação Social Privado no país, baseado em critérios de interesse público. A novidade consta da nova proposta da lei de comunicação social, apresentada hoje em Maputo, na última auscultação Pública. Jornalistas dizem que a proposta afigura uma tentativa de controlar os media. 

Maputo acolheu na sexta-feira, 12, o último Seminário nacional de auscultação Pública do pacote legislativo da comunicação social, evento que reuniu gestores de media públicas e privadas.  

A primeira-ministra, que orientou a abertura do evento, diz que a lei vai promover mais valorização e protecção da classe.

“Queremos que a nova legislação da comunicação social seja uma ferramenta activa para, de entre outros, responder à consolidação da Paz e da Unidade Nacional, assegurando que a comunicação social seja veículo de diálogo, tolerância e reconciliação, combate aos discursos que promovem divisão e/ou exclusão, o reforço da confiança entre cidadãos, instituições e meios de comunicação, através da promoção da verdade, da ética profissional e da postura responsável no usufruto da liberdade de imprensa”, disse Benvinda Levi.

A proposta, que revoga a lei de imprensa, que vigora há mais de 30 anos, mas que desde 2006 que se debate a sua actualização, traz inovações como a introdução de uma carteira Profissional, Autoridade Reguladora e possibilidade de o Governo ter ações em qualquer media privada, em nome do interesse público. 

O artigo 23, da proposta de lei, diz que “Baseado em critérios de interesse público, o Estado pode adquirir participações em órgãos de Comunicação Social que não façam parte do sector público ou determinar outras formas de subsídio ou apoio”.

O Misa Moçambique, representado pelo seu Director-executivo, Ernesto Nhanala, considera a proposta inovadora, porém com lacunas que podem limitar a liberdade de imprensa. 

“Sabemos a capacidade e a robustez financeira que o próprio Estado, através do governo, tem e que, algum dia, usando essa robustez, pode adquirir essas participações nas empresas privadas e transformando tudo em empresas governamentais”, um facto que, no seu entender, representa um perigo para o exercício pleno da actividade jornalistica. 

Sobre a proibição de o Jornalista apresentar, em sede do tribunal, provas de um facto que envolva o Presidente da República, Ernesto Nhanala, apresentado no artigo 48, sobre Prova da verdade dos factos, o director executivo do MISA Moçambique rebate. 

“Acho que a lei, em vez de dar essas permissões, devia ser clara em relação à protecção  das empresas privadas de comunicação social e não nos deixar num regime que o Estado  pode tomá-las. O que vai colocar o jornalismo a prevalecer é a sua capacidade de interpretar e também de escrutinar os poderes, claro, com veracidade. Então, se nós dizemos que, mesmo que seja verdade, o jornalista, desde que o presidente se sinta lesado, quando o jornalista chegar no tribunal, não pode provar que era verdade. Estamos a matar essa capacidade que o jornalismo tem de escrutinar ao mais alto nível”, defendeu. 

Entre outras lacunas, os fazedores da comunicação social condenam o facto de a lei não se referir sobre a continuidade ou não do Conselho Superior da Comunicação Social, um órgão constitucional, referindo-se apenas a uma figura criada, a Autoridade Reguladora da Comunicação Social.

Mas há mais novidades: 

Por exemplo, artigo 49, sobre reicidencia especial, diz: “o órgão de Comunicação Social que tenha publicado ou emitido escritos, sons, imagens ou programas, que tenham dado origem, num período de cinco anos consecutivos, a três condenações por crime de difamação ou injúria, pode ser suspenso: a) se for diário, até um mês; b) se for semanário, até três meses; c) se for quinzenal, até seis meses; d) se for mensal ou de periodicidade superior, até um ano; e) nos casos de frequência intermédia, o tempo máximo de suspensão é calculado reduzindo-se proporcionalmente os máximos fixados nas alíneas anteriores”.

O Jornalista Orelvo Lapucheque nao ve o artigo com bons olhos. 

“Da forma como é colocada essa questão de difamação, calúnia, sendo que um órgão,  se for, por exemplo, sancionado consecutivamente, três vezes, está na iminência de perder  a licença, os seus dirigentes editoriais podem ser inibidos de dirigir novos órgãos. Imaginando que vem um grupo, queixa-se, a primeira vez, de difamação e calúnia. Vem um outro grupo, também, que tem interesses não confessos sobre o mesmo grupo, queixa-se de difamação e calúnia. Vêm terceiras pessoas, também, queixas de difamação e calúnia. Só com essas três, só com essas três queixas,  a empresa jornalística, assim como os dirigentes editoriais, já estão na iminência de não exercer as suas funções privadas”.

O Sindicato Nacional do Jornalista entende que a lei vai dignificar o profissional da classe.

“O salário depende da vontade do empregador, se é 10%, 20%, se é por género, nós sabemos que há jornalistas que recebem por género. A questão dos contratos de trabalho, nós achamos que com esta carteira profissional vai-se valorizar o jornalista e que vai-se discutir os contratos de trabalho, condições de trabalho, seguros de trabalho, assistência e tudo o mais”, declarou o representante da AMJ. 

A ordem dos advogados diz que a proposta viola, em várias vertentes, os direitos fundamentais dos jornalistas. 

“Fala-se dos meios digitais, mas não se cuida de distinguir o meio digital enquanto actividade jornalística e o meio digital de divulgação de informação sobre cidadãos, activistas ou a liberdade de se poder exprimir opinião ou até de criticar situações sociopolíticas do país. Isto pode configurar uma questão de censura, abre espaço para que as autoridades reguladoras possam interpretar, da sua própria maneira e arbitrariamente, qualquer cidadão que exponha, qualquer blogger que exponha uma posição, qualquer indivíduo que denuncie algo por meios digitais, por exemplo, que é apenas o exercício da sua opinião privada, política, no exercício da sua atividade civil e de consciência civil, que é claramente censurada nos termos em que a lei está escrita”, defendeu Rita Donato Representante da OAM. 

Após a auscultação, o documento poderá ser submetido, mais uma vez, à Assembleia da República para debate e talvez desta vez seja aprovado. 

Catorze pessoas morreram  e outras ficaram feridas num acidente de viação que ocorreu na manhã deste sábado, no distrito de Nicoadala, província da Zambézia. O sinistro envolveu uma viatura de transporte de passageiros e um camião de carga.

O Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários (INATRO) diz que houve desrespeito pelas regras de trânsito, facto que terá contribuído para a ocorrência do acidente.

Na sua página oficial nas redes sociais, o Ministério dos Transportes e Logística disse que, neste momento, equipas técnicas multi-sectoriais encontram-se no local para trabalhos de seguimento com instruções para, brevemente, trazer detalhes deste sinistro.

“O Ministério dos Transportes e Logística lamenta profundamente pelo ocorrido e endereça as mais sentidas condolências às famílias enlutadas. Aos condutores, apela para a observância rigorosa das regras de trânsito, de modo a reduzir as mortes nas estradas nacionais por conta dos acidentes de viação”, escreve.

O acidente ocorreu menos de uma semana após um outro ter feito nove mortos e cinco feridos, no distrito de Moamba, província de Maputo. O acidente também envolveu uma viatura de transporte de passageiros e um camião de carga.

 

O ministro da Saúde reuniu-se, esta sexta-feira, com os médicos para discutir as preocupações da classe. E, apesar de reconhecer dificuldades, Ussene Isse pediu que não se descarte esforços para oferecer os melhores serviços ao povo. 

No encontro cujo objectivo era a partilha de experiências, desafios e prioridades do sector da Saúde, o ministro de saúde, Ussene Isse, disse que o MISAU vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para melhorar a oferta dos serviços ao povo.

O ministro  referiu ainda que haverá uma separação entre o Serviço Nacional da Saúde e o Sistema Nacional da Saúde, o que vai trazer diferenças no país e minimizar os diversos problemas levantados pelos médicos durante o encontro.

Entre as preocupações levantadas pelos médicos, destaca-se a falta de condições adequadas, sobretudo  equipamentos imprescindíveis, o que para eles limita as suas capacidades e a qualidade no trabalho.

Virgínia Albino, Psicóloga do Hospital Central de Quelimane, disse que a falta de condições de trabalho adoece os médicos e se reflete na fragilização do Sistema Nacional de Saúde.

A falta de emprego para os formados na área, os salários baixos, a falta de subsídios e a impunidade em casos de infrações, foram também pontos levantados na reunião que segundo o ministro poderá ser realizada mais vezes.

Os governos de Mapai, Chigubo e Mabalane, na província de Gaza, debatem saídas face ao problema que afecta 12 mil pessoas. A governadora de Gaza defende o reforço da segurança e a retirada das populações das áreas críticas.

Os líderes comunitários de Mabalane, Chigubo e Mapai descrevem um ambiente tenso nos últimos três meses e dizem que a movimentação dos paquidermes fez soar o alarme, além de extensas áreas de produção devastadas nas aldeias de Gerez, Madliwa, Hoxane.

“Passamos fome por conta disto, mas vivíamos bem e na base da produção. Os elefantes invadiram e devastaram toda a colheita em duas comunidades, Madliwa, Hoxane. Pedimos clareza na delimitação dos parques”, considerou o  líder comunitário André Chaúque.

A situação está a preocupar os governos dos três distritos, que apontam a crescente frequência dos ataques de elefantes, em zonas baixas e próximas de cursos de água, áreas que também são seu habitat natural.

“Para o caso de Mabalane, temos cerca de dois ou três casos no tribunal que até agora não temos o desfecho. São as famílias que meteram queixa contra o Parque Nacional do Limpopo, por causa de conflitos, devastação de animais”, considerou o representante de Mabalane, Mauro Sumbane.

Por seu turno, a administradora de Mapai, Maria Helena, avançou que “eu acredito que, se os nossos parques estivessem bem delimitados, os animais não passariam para as zonas de produção agrícola, mas nós também estamos toda a hora a ser agredidos pela população, dentro da sua razão. Acho que há algo que tem de ser revisto”, apelou.

Já o administrador de Chigubo, Almeida Guelume, defende ser urgente reforçar o efectivo na garantia da fiscalização.

“Também queríamos pedir para não sermos reactivos, mas sermos produtivos, a questão do aumento dos fiscais nos nossos parques, porque sentimos que o número dos fiscais que estão nos parques é reduzido para responder à actual demanda da circulação da nossa população.”

Durante um encontro em Xai-Xai, foram apontadas saídas para amenizar o sofrimento das comunidades próximas das áreas de conservação naqueles distritos.

“Se tivermos um sistema de aviso prévio, um sistema baseado em telefones celulares, baseado nas nossas rádios comunitárias, vai permitir que as comunidades tenham comunicação sobre a movimentação desses animais nas suas zonas de produção, (…) semear, ao mesmo tempo vai facilitar que o parque tenha zonas críticas para o controlo”, defendeu Mauro Sumbane.

Como resposta, a governadora de Gaza, Margarida Mapandzene, adiantou que estão a ser equacionadas soluções a nível central para mitigar o problema e garantir a segurança da população, sem comprometer a sua sobrevivência.

“São vidas humanas que, às vezes, perdemos por conta desses animais. Então, essa preocupação é grande, mas a solução definitiva seria a vedação deste parque e a retirada também da população que vive dentro dos parques que até agora estão a mobilizar recursos. Temos acções em curso em termos de construção de casas, mas que ainda não são suficientes. Estamos à espera de melhores momentos ou melhores acções que possam, de facto, tirar-nos dessa situação que nós temos”, concluiu.

Nas zonas-tampão que rodeiam os parques, vivem mais de 500 mil pessoas em 504 comunidades em todo o país.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima que cerca de 2900 pessoas tenham abandonado as suas casas devido a uma nova série de ataques terroristas ocorridos nos distritos de Muidumbe e Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, desde o final de Agosto.

Segundo um relatório da agência das Nações Unidas, consultado hoje pela Lusa, entre 25 de Agosto e 9 de Setembro, a intensificação da violência e o medo crescente provocados por Grupos Armados Não Estatais levaram à fuga de aproximadamente 796 famílias. Deste total, 2.158 pessoas (611 famílias) deslocaram-se dentro do distrito de Muidumbe entre 25 de Agosto e 8 de Setembro, enquanto 766 pessoas (185 famílias) saíram de Mocímboa da Praia ou se movimentaram dentro do distrito para Mueda entre 7 e 8 de Setembro.

A OIM indica ainda que continua a acompanhar em tempo real os movimentos da população, para apoiar o planeamento humanitário e garantir respostas baseadas em dados concretos.

Esta nova vaga de violência surge após os ataques registados no final de Julho, que provocaram mais de 57 mil deslocados no distrito de Chiúre. Desde então, a província tem enfrentado um aumento de incursões armadas, com incidentes reportados em Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e, mais recentemente, em Mocímboa da Praia.

No último dia 6 de Setembro, pelo menos seis pessoas foram mortas e várias machambas foram saqueadas durante um ataque em Muidumbe. Já no domingo, um outro ataque em Mocímboa da Praia resultou em quatro mortes.

O Governo moçambicano lamentou os episódios de violência e garantiu que as Forças de Defesa e Segurança permanecem activas na região, com operações coordenadas pelos ministros da Defesa e do Interior. 

Mais de três mil vendedores do mercado Limpopo, em Xai-Xai, decidiram, esta quinta-feira, paralisar as actividades, como forma de exigir a revisão dos contratos em vigor, provisão de água e suspensão da cobrança do cumulativo de taxas em dívida  nos  últimos 9 meses. O município recusa-se a suspender as cobranças, e diz tratar-se de um grupo de vendedores que quer boicotar o processo.

A manhã e tarde de quinta-feira foram de agitação no maior mercado da província de Gaza.  Os vendedores do Mercado Limpopo, em Xai-Xai, decidiram paralisar o comércio,  como forma pressionar a edilidade a suspender o processo de cobrança de taxas, alegadamente acumuladas há 9 meses.

“Como havia manifestações, podíamos começar por Junho, para pagar as mensalidades do mercado. Nós decidimos paralisar e procurar os chefes do mercado”, disse um dos vendedores do Mercado Limpopo.

Os vendedores dizem não estar contra as cobranças, mas contestam a modalidade de liquidação imposta pelas autoridades municipais.

“Estávamos  a ser obrigados a pagar recibos do ano passado. Enquanto antes, quando havia reuniões aqui (…), combinamos que pagaríamos a partir de Junho para  frente”, reclamou outro vendedor.

O descontentamento do grupo vai mais além, pois reclamam da falta de água e de casas de banho. “Há dois anos, se não três anos, não temos água, não temos torneira, nem casa de banho (…) O contrato é de 300 meticais por cada banca. A população que está lá fora deve entrar aqui dentro. Sem isso, não vamos pagar, porque não vamos conseguir” exigiram.

Em reação, o Município de Xai-Xai disse tratar-se de uma  acção   protagonizada por um grupo de vendedores movidos por agendas pouco claras.

“As informações que temos, um grupo só de três pessoas é que está a criar esta agitação generalizada. Nós queremos repetir que existem aqui alguns vendedores,  neste trabalho que fizemos no primeiro bloco, que estão a pagar as taxas na totalidade. Um grupo reduzido lá é que iniciou com esta insinuação.  Agora, é normal que não se tenha o valor a se pagar imediatamente, na totalidade de Janeiro a esta parte”, explicou, o Porta-voz do Município de Xai-Xai, Dias Nhampossa.

Nhampossa avança que, neste momento, decorre a actualização de dados, mas avisa que a regularização dos meses em dívida é inevitável.

“Não houve nenhuma combinação. Deixamos claro logo no início da nossa abordagem. Abdicou-se dos pagamentos, das cobranças das taxas no mercado de Limpopo, estou a falar do mês de Outubro, Novembro e Dezembro (…) As cobranças iniciam de Janeiro a este mês de Setembro”. 

Como forma reduzir a tensão instalada no mercado Limpopo, segue activa uma comissão interna que vai fazer o levantamento das inquietações dos mais de três mil vendedores, para o encontro agendado para próxima sexta-feira.

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