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Situação humanitária em Cabo Delgado inquieta Santo Padre

Papa Francisco preocupado com o agravamento da crise humanitária em Cabo Delgado. Numa mensagem de encorajamento ao Bisco de Pemba, que lidera campanha de solidariedade naquele ponto do país, o Santo Padre diz que está orar pelas vítimas de terrorismo e manifestou a disposição da igreja de ajudar no que puder.

Desde que a insurgência começou na província de Cabo Delgado, eram poucas as pessoas que se colocavam à disposição para ajudar as vítimas quer em comida ou mesmo comida. O que se via, era uma campanha nas redes sociais “Cabo Delgado Também é Moçambique, Vamos orar por Cabo Delgado”, mas nada que respondesse às necessidades de milhares de crianças, jovens, adultos e idosos que viviam fugindo de um inimigo que desconhecem.

Surge a campanha “Juntos Por Cabo Delgado”, liderado pelo bispo de Pemba e não tarou para que as críticas contra si aparecessem, contudo Dom Luís Fernando Lisboa é encorajado pelo Santo Padre!

“Recebi um telefonema de Sua Santidade, o Papa Francisco, que me confortou muito. Ele disse que está bem próximo do Bispo e de todo o povo de Cabo Delgado”, introduziu Dom Luís Lisboa, bispo de Pemba.

No desenrolar da mensagem, que “encoraja” Lisboa a continuar com a campanha de solidariedade (Juntos Por Cabo Delgado), o líder máximo da igreja católica mostrou-se preocupado com a deterioração da crise humanitária causada pelos ataques terroristas na província de Cabo Delgado, já há três anos e diz estar a orar pelas vítimas.

“Eu agradeci o facto de ele por esse gesto e ter mencionado a crise humanitária que vive a província de Cabo Delgado durante a bênção urbi etre orbi que ele pronunciou no dia da páscoa a 12 de Abril”, recordou o bispo de Pemba, acrescentando que depois da oração do Santo Padre na qual menciona a província do norte de Moçambique, houve muito mais interesse de todos, “tanto de dentro assim como de ora do país e que a partir daí, Cabo Delgado voltou para o mapa porque parecia que não estava”.

O Sumo Pontífice, manifestou, ainda, a disponibilidade da Igreja Católica de ajudar, no que puder, aos descolocados da guerra sem rosto que já matou mais de mil pessoas em Cabo Delgado.

“O Santo Padre disse que lembrava muito bem da sua vista a Moçambique em 2019 e que já naquela altura se preocupava por Cabo Delgado. Ele pediu que, aquilo que precisarmos, podemos encaminhar ao cardeal Czerny do Dicastério do Desenvolvimento Humano e integral”, leu o bispo de Pemba, Dom Luís Lisboa.

Em relação às críticas que pesam sobre si, segundo as quais, Dom Luís Lisboa é um dos prováveis financiadores dos terroristas, o Bispo de Pemba diz que cada é que cada é livre de pensar como quiser. “Eu não quero responder a nenhum tipo de ataque. As pessoas têm o direito de dizer o que elas pensam”, contra-atacou Dom Luís Lisboa, afirmando todo o mundo pode criticar, mas deve fazê-lo com responsabilidade. “Nós temos que falar, sabendo o que estamos a afirmar. Eu estou muito tranquilo. Estamos a fazer o nosso trabalho como igreja porque não falo em meu nome próprio”, rematou Lisboa.

Além de comida e roupas, a Igreja Católica está a prestar o apoio psicossocial aos pouco mais de 200 mil deslocados dos ataques terroristas em Cabo Delgado.

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