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SERNIC desmantela fábrica caseira de produção de bebidas na Matola

Foto: O País

Foi desmantelada, na cidade da Matola, uma fábrica caseira que se dedicava à produção de bebidas alegadamente terapêuticas ou medicinais sem autorização das entidades competentes e em condições higiénicas deploráveis.

A casa número 701, no bairro Matola Gare, no Município da Matola, não é uma mera residência. É usada como laboratório e fábrica clandestina de supostas bebidas terapêuticas.

Um homem, de 36 anos, de nacionalidade ruandesa, que está em Moçambique há quatros anos, que diz ter-se formado em química na Índia, foi detido pelo Serviço de Investigação Criminal (SERNIC), por estar a produzir bebidas. O suspeito confirma que não tem nenhuma licença, nem autorização por qualquer entidade competente, mas ele questiona por que tantas bebidas de produção nacional são vendidas sem que haja problemas.

“Assim é como…eu fiz aquelas bebidas primeiro, eu fui à estrada e vi pessoas que fazem aquelas bebidas totô, ukanhi e malambi nas suas casas e não lhes acontece nada, mas, para mim, como sou estrangeiro me prenderam”, disse.

A bebida designada por “kombucha” ou ”kombuchá” existe e é largamente produzida e consumida em algumas regiões no mundo. Bibliografia consultada sobre o assunto aponta que “as origens exactas do kombuchá não são conhecidas, embora o local de origem mais provável seja o distrito do mar de Bohai, na China”.

Na residência do homem que já está a contas com as autoridades, foram encontradas garrafas recolhidas na rua, depois lavadas e retirados os rótulos originais e colocados novos rótulos já com a bebida. As tampas para selarem as garrafas são provenientes da África do Sul e o processo é efectuado de forma artesanal na referida residência.

O SERNIC diz que vai aprofundar as investigações para apurar a rede de distribuição das referidas bebidas. Henrique Mendes, porta-voz daquela instituição, disse que é provável que existam outras pessoas envolvidas na produção daquelas bebidas.

A vizinhança da casa número 701 disse que não sabia o que o seu vizinho produzia e ficou surpreendida ao ver o homem algemado e na companhia dos agentes do SERNIC.

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