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Selecção feminina de basquetebol treina sem pensar no pódio

A selecção sénior feminina de basquetebol já treina a quatro dias do início do Afrobasket. O seleccionador Nacional, Nazir Salé retira a pressão ao conjunto dizendo que se fizer 50 pontos em cada jogo, será um bom desempenho.

A participação de Moçambique no Afrobasket de Yaoundé, que estava tremida, já está conversada. De 17 a 26 do corrente mês, a selecção sénior feminina de basquetebol, estará na festa africana de seleções da bola ao cesto. Para esta empreitada, o combinado nacional iniciou a sua preação há poucos dias, o que poderá comprometer o desempenho. Aliás, Nazir sale, luta e corre contra relógio a quatro dias do início da prova.

“Vamos tentar encontrar automatismo da equipa sob ponto de vista ofensivo e defensivo, olhando para os processos tácitos e para a dinâmica das outras jogadoras que serão nossas adversárias.

A selecção vai para o Afrobasket depois de uma tremedeira. Há pouco menos de quatro dias, a Federação Moçambicana de Basquetebol anunciou a desistência do conjunto nacional por falta de dinheiro para custear a participação, 10  milhões de meticais, o que viria um dia depois ser contrariado pela Secretaria do Estado de Desporto. Esta situação, associada a falta de competições condicionou de que maneira a preparação, facto que deve ser contrariado de todas as formas.

“Queremos neste momento perceber das atletas, até que ponto a falta de preparação pode condicionar o seu desempenho”, diz o técnico ao recordar que a situação não é de todo má.

“Temos a felicidade de grosso número de atletas terem estado a trabalhar nos clubes, o que complementa o trabalho da selecção. E mais: “Com as jogadoras que temos, lavamos uma certa vantagem porque já trabalharam comigo, nos clubes assim como nas selecções, com a excepção da Carla Pinto que vem da A politécnica e Sílvia Veloso que esteve comigo por três anos na Beira, antes de ir para os Estados Unidos. Isto faz com que tenhamos a perspetiva daquilo que será a selecção de Moçambique no Afrobasket”.

A capitã da selecção, Odélia Mafanela, sabe das dificuldades e as reconhece, mas diz existir um grupo entrosado e com moral em alta.

“O grupo está motivado e coeso. Tem também noção das nossas adversidades no campeonato. A integração das nossas atletas é boa, isto vai agregar mais valor a selecção. Mesmo sabendo que os treinos não aconteceriam nas datas previstas, estávamos em contacto e em preparação nos nossos clubes. O que resta agora é concertar os aspectos tácitos”.

Perante o cenário actual e olhando para os outros conjuntos, Nazir Sale diz não haver espaço para euforias e sonhar muito.

Vamos dar o nosso melhor, vamos entrar para o jogo tentando contrariar os adversários, mas temos os pés bem assentes ao chão. Não é nosso objectivo neste momento atacar os lugares cimeiros ou pensar na possibilidade de estar nos seis primeiros. O que queremos e encarar jogo a jogo e retirarmos a pressão sobre nós. Queremos fazer um bom campeonato, que passa por dar certo equilíbrio a seleccao”, adverte e determina: “se convertermos acima de 50 pontos por jogo, será bom”.

E mais, o técnico fala de passagem de testemunho, um factor a ter em conta neste Afrobasket e que pode ser capitalizado.

“Este é o momento de começarmos a passar o testemunho das jogadoras que daquí para frente terão mais internacionalizações”. Reconhece também a qualidade dos adversários de Moçambique na primeira fase da prova.

“São selecções extremamente fortes e que vão disputar esta competição com objectivos definidos pela preparação que tiveram muito antes. Mas isto não quer dizer que entraremos para o jogo dando tudo de bandeja”.

Moçambique está no grupo de Nigéria e Angola. O primeiro teste será contra as nigerianas.

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