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“Sanções devem incidir sobre Governo sem afectar população”

A Organizacão dos Trabalhadores de Moçambique-Central Sindical manteve um encontro com o Fundo Monetário Internacional, no qual referiu que o bloqueio económico desta instituição e de outros parceiros de cooperação está a dificultar a vida da população.

A Organização dos Trabalhadores de Moçambique-Central Sindical (OTM-CS) defende que a decisão dos parceiros de cooperação, incluindo do Fundo Monetário Internacional (FMI), de suspender o apoio financeiro ao país deveria afectar o Governo e não às populações. A agremiação manifestou esta posição sexta-feira, na sua sede em Maputo, durante um encontro mantido com uma equipa do FMI, que está de visita de trabalho ao país.

“A OTM-CS defende a posição de que o bloqueio estabelecido pelo FMI e outros parceiros de cooperação tem que terminar porque longe de castigar o Governo de Moçambique, está efectivamente a castigar as populações, cujas condições de vida se deterioram dia após dia. O povo moçambicano é que sofre com este bloqueio que nem sequer sabe o conceito de dívidas ocultas”, lê-se no documento apresentado pelo secretário-geral, Alexandre Munguambe, à equipa do FMI.

A equipa do FMI está no país para uma supervisão a que estão sujeitos todos os países-membros desta organização financeira multilateral. No ano passado, os doadores internacionais decidiram suspender o apoio directo ao Orçamento do Estado até à conclusão e divulgação integral do relatório da auditoria internacional independente, elaborado pela Kroll Associates UK às empresas, Moçambicana do Atum (EMATUM) Proindicus e Mozambique Assets Management (MAM), que contraíram empréstimos entre 2013 e 2014 com garantias do Estado. Como contribuição para melhoria do actual cenário económico e social de “elevada incerteza”, e que os moçambicanos vivem num ambiente inseguro sobre o futuro, a OTM-CS sugere que o Governo deveria assumir de forma efectiva que a agricultura é o factor chave do desenvolvimento, bem como do combate à pobreza.

Para o efeito, segundo a OTM-CS, o Executivo deveria criar incentivos para o desenvolvimento da agricultura empresarial e familiar, bem como a promoção de agro-indústrias com capacidade de aproveitar os excedentes de produção. A OTM-CS aponta ainda a necessidade do reforço de mecanismos de gestão da coisa pública, bem como efectuar uma luta cerrada contra a corrupção e o saque dos recursos naturais, com destaque para a madeira.

 

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