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Rodrigo Almeida na BMW com olhos postos na Fórmula 1

Fotos: BMW 2CUP

O piloto moçambicano, Rodrigo Almeida, mostra-se satisfeito por ter sido convidado para fazer parte da equipa da BMW. Almeida diz, ainda, que irá fazer de tudo para dignificar o nome de Moçambique nas provas internacionais.

Rodrigo Almeida foi, recentemente, anunciado como piloto da BMW, uma das melhores e mais conceituadas marcas de automóveis a nível mundial. Qual é o seu sentimento após esta prestigiante indicação?

É um orgulho ser o primeiro piloto moçambicano inserido numa estrutura da BMW. Sinto-me feliz e emocionado por ter sido seleccionado e participar neste torneio organizado pela BMW que se espera bastante competitivo e importante no desporto motorizado, mas também feliz por participar neste evento pela BMW, uma das melhores marcas de automóveis.

Em Julho, em mais uma das suas aparições em provas internacionais, vai participar em Lausitsring, na Alemanha, na primeira prova do troféu M2 Cup da BMW. Quais são as suas expectativas para esta competição em termos desportivos?

A 1ª prova do campeonato da BMW M2 Cup Racing é uma das provas mais importantes da minha carreira e, por isso, terei de dar o meu melhor para obter os melhores resultados possíveis e consoante esses objectivos alcançar boas coisas para o meu futuro.

O calendário da M2 Cup da BMW comporta um total de seis provas de apoio inseridas no campeonato DTM. Como é que se vai preparar para estas provas, tendo em conta o espaço que separa uma da outra?

Devido à actual situação da pandemia que se vive mundialmente, a calendarização de campeonatos não é fácil. Assim, o troféu BMW M2 Cup é um Campeonato que se vai disputar num curto espaço de tempo, mas com uma quantidade normal de provas (6), devido ao curto espaço de tempo entre cada prova, o que me vai obrigar a praticar muito e a efectuar treino físico específico para estar apto para todas as provas.

Rodrigo Almeida tem representado, condignamente, Moçambique em provas internacionais, elevando bem alto a bandeira nacional numa modalidade cuja máquina movimenta milhões e milhões de dólares, para além de concentrar milhares de apreciadores em todo o mundo. Como tem sido gerir toda esta responsabilidade?

É com grande orgulho e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade pela qual elevamos a bandeira de Moçambique, país que me viu crescer e me proporcionou fazer o que mais gosto. Trabalhamos para conseguir sempre os melhores resultados, mas continuamos a precisar do apoio de todos por forma a podermos continuar a elevar a bandeira deste grande país que é Moçambique.

Recuemos no tempo! Em Janeiro deste ano, Rodrigo Almeida classificou-se na 33ª posição – com a sua equipa de mais quarto pilotos – da geral em 52 carros e 5º lugar na categoria de GT4 – na corrida das 24H Dubai, prova inserida no campeonato das 24H Series…

Foi uma prova em que a equipa teve alguns azares em termos mecânicos e, por isso, a classificação final não foi a que queríamos, mas sim a possível. 24H Dubai foi a prova com maior tempo de condução que já fiz e conduzir de noite foi uma experiência incrível, mas também muito difícil em termos físicos, dando-me muita experiência.

Recuemos no tempo! Em Agosto de 2020, Rodrigo Almeida e o italiano Gabriele Volpato fizeram dupla e venceram a primeira prova CR DSG Europe Series, conduzindo ao volante de Volkswagen Golf GTI. Conte-nos como foi ganhar esta prova de grande dimensão…

A primeira é sempre especial e, neste caso, ainda mais, pois nunca tinha andado no carro, nem na pista de Misano. A prova de TCR Endurance Series foi, também, muito importante por ter sido a minha primeira vez a conduzir um TCR e também a concretizar a vitória. Foi uma boa vitória, espectacular!

No mesmo ano, Rodrigo Almeida venceu a prova de abertura do TCR DSG Europe Endurance, em Misano, na Itália, fazendo com o italiano Gabriele Volpato ao comando de um VW Golf GTI da equipa Elite Motorsport. Consta, igualmente, que, em Dezembro de 2020, encerrou a sua participação em segundo lugar na prova de Touring Car Racing Series, TCR Ibérico, no circuito espanhol Jerez de La Frontera, província de Cádis. Qual é a diferença entre esta e outras competições nas quais esteve em bom plano?

A diferença entre o TCR Ibérico e o TCR Endurance é que o TCR Ibérico eram provas de 20 minutos (sprint) e o TCR Endurance provas de longa duração (1 hora e meia).

Rodrigo Almeida esteve, nesta prova e no dia que antecedeu a final, em desvantagem por conta de furo registado no primeiro treino. Como é que geriu este momento e quais foram os outros constrangimentos?

Os constrangimentos ocorridos nessa prova fizeram-me atrasar um pouco o ritmo, devido a menos treinos quando comparado com os adversários, mas ultrapassei esse erro e fiz o melhor que pude, e são estas adversidades que temos de ultrapassar e, com as quais, também crescermos.

Já experimentou a Fórmula 4, também chamada de F4, que é uma categoria de monopostos destinada a pilotos juniores. Não há campeonato global, mas nações ou regiões individuais podem sediar os seus próprios campeonatos, em conformidade com um conjunto universal de regras e especificações. Fale-nos da sua experiência nesta categoria?

Conduzir um F4 é uma sensação incrível e é igual a um Mini Fórmula 1. A minha primeira experiência foi no Dubai num treino para a primeira prova de UAE Championship, mas, mesmo sendo a primeira vez sentado num monolugar, conquistei o 5º lugar e fiquei contente, porque notei que evolui muito após conduzir um Fórmula.

Almeja, um dia, competir em provas de Fórmula 1? Quais são as suas referências nesta categoria?

A Fórmula 1 é, para mim, o meu sonho, porque é categoria máxima do desporto motorizado. Então, faz-me pensar que tenho de ter bons resultados em todas as provas para obter a melhor imagem que possa ser possível de transmitir. Como piloto referência, tenho o Lewis Hamilton, pois conseguiu fazer um caminho invejável começando quase do zero.

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