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Resultado líquido da Vale revela desempenho negativo no fecho do 2º trimestre

O aumento da dívida da Vale foi na ordem de 100 milhões de dólares, comparativamente ao fardo dos primeiros três meses do ano, cujo valor situara-se nos cerca de 7,8 biliões de dólares.

Os dados foram divulgados esta terça-feira, em Maputo, pela Direcção da Vale Moçambique, que indicam que o resultado líquido do segundo trimestre deste 2018 permaneceu negativo, em USD 193 milhões, contra USD 139 milhões negativos face ao trimestre anterior.

Chuvas, altos custos de operações e apreciação da divisa moçambicana, o Metical, figuram entre as principais causas que terão influenciado negativamente a performance daquela mineradora brasileira no país, ao longo do período em análise.

Contudo, e apesar dos resultados menos conseguidos, o Director-Executivo da Vale Moçambique, Marcelo Tertuliano, destacou os aumentos de produção, receitas e pagamentos de royalty ao Estado, num contexto em que a conjuntura mostrou-se desfavorável entre Abril a Junho último.

O volume total de produção de carvão da mina de Moatize atingiu 2,9 milhões de toneladas no fecho do primeiro trimestre deste 2018, contra 2,4 milhões de toneladas registado no trimestre anterior.

As receitas provenientes das vendas de carvão situaram-se nos 354 milhões de dólares, mais USD 17 milhões que nos primeiros três meses do corrente ano.

Porém, para o Estado moçambicano, a Vale apenas pagou USD 13 milhões em impostos, 37% menos em relação ao primeiro trimestre de 2018, uma situação justificada pela redução dos impostos em folha.

Com relação aos royalties, consta que a mineradora pagou seis milhões de dólares ao Estado no fecho do segundo trimestre, valor superior ao pago no trimestre anterior (USD 5,1 milhões), como resultado de um melhor desempenho de vendas.

Para o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Vale Moçambique, Márcio Godoy, embora os resultados líquidos tenham revelado gráficos desfavoráveis, a empresa continuará a investir forte nos seus activos em Moatize e ao longo do Corredor Logístico de Nacala.

“Neste trimestre, avançámos no ramp up da produção e esperamos terminar o ano com uma produção maior que a do ano passado. O carvão está a consolidar-se como um produto importante na pauta de exportação de Moçambique, impulsionando o desenvolvimento do país”, apontou o PCA da Vale.

Com isso, a mineradora brasileira, através dos seus investimentos, reitera o seu compromisso com a sustentabilidade dos seus negócios, valorizando os seus trabalhadores, as comunidades e parceiros de negócio.

Panorama internacional do carvão

O carvão mineral é um combustível fóssil, usado nas indústrias siderúrgicas como insumo essencial para transformar o minério de ferro em aço nas usinas termoeléctricas para produção de energia.

Em Moçambique, a Vale produz carvão de classe mundial atendendo aos seus principais mercados (Índia, Brasil e Sudeste da Ásia) que procuram por um material de alta qualidade, uma cenário que abre muitos desafios para o país.

Há um cenário de crescimento sincronizado das grandes economias mundiais, pelo menos, pelos próximos cinco anos. A produção global crescerá puxada por regiões como a Índia e o Sudeste asiático e a previsão é de que a demanda por carvão metalúrgico continuará positiva.

Apesar de uma esperada contracção na produção de ferro-gusa na China, outros países apresentam grande potencial de crescimento. A importação de carvão metalúrgico vai crescer e a China deverá importar mais, dada a reforma que trouxe cortes permanentes de capacidade.

 

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