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Renamo quer ganhar próximas eleições para homenagear Afonso Dhlakama

Foto: O País

A Renamo diz que ainda não há coabitação política no país. O presidente do partido, Ossufo Momade, entende que é necessário completar a missão iniciada pelo seu antecessor, Afonso Dhlakama, de conquistar o poder nas próximas eleições autárquicas e gerais como forma de o homenagear.

Afonso Dhlakama morreu na serra da Gorongosa, em Sofala, a 3 de Maio de 2018. Esta terça-feira, membros do partido juntaram-se na sede nacional da Renamo para recordar e homenagear o seu líder. Todavia, Ossufo Momade fez uma radiografia do actual cenário político, social e económico do país.

De acordo com Momade, ainda se assiste à queima de casas, hostilização dos membros do partido e vandalização das bandeiras da Renamo.

“Contra todas as expectativas dos moçambicanos, a democracia trazida por Afonso Dhlakama e desejada por todos continua a ser violentada pelo partido Frelimo. Um pouco por todo o país, os membros e simpatizantes do partido Renamo são vítimas de intolerância política numa altura em que estamos a reconstruir a paz e reconciliação nacional”, acusou Momade.

Face a estas situações, a Renamo diz que não quer mais ser empurrada para a guerra.

“Somos contra a violência, mas há um adágio que diz que ‘a violência gera a violência’. Não podemos permitir que a democracia sonhada por Afonso Dhlakama seja posta em causa por um grupo de indivíduos sem credibilidade no panorama político nacional e internacional”, avançou.

Quanto ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos antigos guerrilheiros do maior partido da oposição, Momade diz haver resultados e, neste momento, “já foram abrangidos 3.268 guerrilheiros de um total de 5.221 existentes. É digno de menção o último encontro que mantivemos com o Presidente da Republica e o embaixador Microin Manzoni, na sua qualidade de Presidente do Grupo de Contacto, que serviu para dar maior vitalidade ao processo e reafirmação de tudo fazer para finalizá-lo, daí que continuamos a trabalhar para o pagamento das pensões”.

A homenagem foi feita tendo em conta os próximos pleitos eleitorais e a Renamo diz que pretende vencer para dignificar Afonso Dlhakama.

“Hoje, ao revivermos a memória de Afonso Dhlakama, o obreiro da paz e democracia multipartidária, queremos reconhecer que ele fez a sua parte, portanto compete a nós completar a missão, com a conquista do poder em 2023 e 2024”, determinou.

A Renamo condenou a recusa de recepção da doação de material médico-cirúrgico ao e pelo Hospital Provincial de Tete. Os raptos, a corrupção, a precariedade da vida dos moçambicanos e a actuação da Polícia foram outros temas eleitos por Ossufo Momade em homenagem a Afonso Dhlakama.

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