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Registados 11 casos de tráfico de pessoas no 1º semestre

Moçambique registou, no primeiro semestre deste ano, 11 casos de tráfico de pessoas, um aumento de três casos comparativamente a igual período de 2016. Os casos ocorreram nas províncias de Tete, Manica, Gaza e Maputo, sendo que nove eram para fins de exploração laboral e dois para extracção de órgãos humanos.

A procuradora-geral adjunta, Amabélia Chuquela, disse, esta quinta-feira, que as mulheres e crianças são os grupos mais vulnerável nesta prática, sendo que o desemprego e a pobreza extrema estão entre as principais causas do tráfico de pessoas. “As vítimas aceitam deslocar-se das suas províncias, acreditando nas promessas de trabalho que lhes são feitas. Mas quando chegam ao local, deparam-se com uma realidade diferente da que foi antes negociada”, explicou. Entretanto, Chuquela preferiu não avançar dados sobre os processos-crime relacionados com os casos.

Refira-se que, em 2016, foram abertos 19 processos relacionados com casos de tráfico humano, dos quais sete tinham como vítimas cidadãos albinos, número que mostra uma redução em relação ao ano de 2015, onde foram registados 38 processos de tráfico de pessoas, dos quais 15 ligados ao tráfico de albinos.

O crime de rapto de pessoas albinas começou em 2012, motivado por crenças supersticiosas. Em 2013, foram registados 44 casos de rapto de albinos, maior número dos quais nas províncias da Zambézia, Tete, Niassa e Nampula. 

Desde o início de 2016, verifica-se uma redução de casos de perseguição de albinos. este ano, foram reportados alguns casos de rapto, incluindo de pessoas calvas, nas províncias de Tete, Niassa e Zambézia. Entretanto, a PGR diz não ter registo de raptos de albinos nem de calvos em 2017.

Sobre a reintegração das vítimas de tráfico, Amabélia Chuquela lamentou a falta de centros de acolhimento, que possam receber as vítimas por um longo período, para garantir a devida assistência médica e psicológica.

A Procuradoria-Geral da República lidera o grupo de referência para a protecção e combate ao tráfico de pessoas, criado em 2015. Este ano, o grupo comemora o dia mundial de luta contra o tráfico de pessoas, dia 30 de Julho, sob o lema: “Proteger e assistir as vítimas de tráfico de pessoas”. As cerimónias centrais irão acontecer em Massinga, província de Inhambane.

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