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Reféns resgatados em Mocímboa da Praia transferidos a Pemba

Apenas vinte e um dos vinte e dois reféns do grupo armado resgatados há cerca de um mês pelas Forças Armadas Ruandesas, durante a ocupação da aldeia Mbau, distrito de Mocímboa da Praia, no norte de Cabo Delgado, conseguiram chegar à cidade de Pemba, a capital da província.

Os sobreviventes dos ataques terroristas, que desembarcaram no porto de Pemba, numa embarcação da Marinha de Guerra de Moçambique, na última sexta-feira, eram, na sua maioria, mulheres e homens idosos.

“Éramos vinte duas pessoas, das quais três crianças, sendo que uma delas perdeu a vida antes de sairmos de Mbau, devido à fome e à doença. Quase todos nós chegamos mal, alguns estão com os pés inchados e outros com problemas de respiração”, revelou Sidaya Momade, uma idosa raptada pelo grupo armado durante o último assalto à vila de Mocímboa da Praia, em Agosto de 2020, e que viveu como refém dos supostos terroristas por quase um ano.

A maior parte dos resgatados chegou a Pemba debilitados e com fome, alguns dos quais doentes e num estado grave.

“A saúde deles não é tão boa, e quase todos estão com problemas de nutrição, porque se alimentavam apenas de mandioca seca. E, apesar de termos tentado alimentá-los por algum tempo em Mocímboa da Praia, não conseguiram recuperar-se, por isso recebemos ordens para transferi-los a Pemba, para obter tratamentos médicos mais adequados e acomodação”, explicou Genito Manganimanja, comandante do navio da Marinha de Guerra de Moçambique.

Durante o desembarque dos reféns resgatados, segundo apurou o jornal “O País”, não esteve presente nenhum representante do Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres e foram recebidos apenas pelos técnicos de saúde, transportaram os doentes directamente para o hospital e os restantes foram levados numa viatura disponibilizada pelo Governo da província, que também não enviou um representante para receber os sobreviventes dos ataques terroristas.

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