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Reclusas da cadeia de Ndlavela celebram 25 de Setembro

As celebrações do Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) estenderam-se também para a Cadeia Feminina de Ndlavela, onde 100 reclusas passaram um dia diferente com um grupo de mulheres voluntárias e receberam produtos básicos higiene. As mulheres voluntárias em questão vestiram-se a militar para fazer jus ao Dia das FADM.

“É assim, nós juntávamo-nos sempre para um social entre amigas. Então decidimos que, ao em vez de só estarmos entre nós, por que não levarmos este ambiente (de festa) para as pessoas que mais precisam de conforto e decidimos visitar as nossas manas na cadeia e passar um dia com elas”, explicou Elina Macamo, responsável do grupo das voluntárias.

No interior do estabelecimento penitenciário aguardava-se pelas 100 reclusas, incluindo Sónia dos Santos (nome fictício desta mulher de 29 anos), condenada a quatro anos de prisão. Esta quarta-feira, ela fez questão de esquecer, por algumas horas, a liberdade que tanto lhe faz falta e a saudade de abraçar os seus três filhos.

Sobre as razões da sua prisão, ela contou que se envolveu em pancadarias com o marido e este morreu.

As mulheres que hoje viveram um dia diferente, com idades compreendidas entre 18 e 65 anos, admitiram ter a consciência dos erros que cometeram a ponto de estarem privados de liberdade.

“Deixamos o coração livre porque nós aqui praticamente não colocamos nas nossas cabeças que estamos na cadeia. Não estamos presas. Em algum momento erramos sim, mas estamos aqui para cada uma reconciliar-se reconhecer o erro e voltar ao convívio familiar”, desabafou outra reclusa.

Com capacidade para acolher mais de 300 reclusas, o estabelecimento penitenciário de Ndlavela, alberga actualmente 100 prisioneiras, das quais 92 estão a cumprir penas de prisão maior e oito estão em prisão preventiva, incluindo duas estrangeiras. E tudo é feito para aliviar o peso da reclusão.

“Aqui fazemos de tudo para elas se sentirem em casa”, disse a diretora do Cadeia Feminina de Ndlavele, Albertina Gonçalves. “Elas têm actividades que lhes ocupam: pecuária, costura, fazem machambas e estudam também”.

A entrega de produtos básicos de higiene, almoço de confraternização e actuação do músico Oliver Styler marcaram os momentos mais altos do evento.

 

 

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