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Que venha o Todo Poderoso (TP) Mazembe

A União Desportiva de Songo qualificou-se para a segunda eliminatória de acesso a fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos, após ultrapassar o Ngaya das Comores, com agregado de 3-1, depois da vitória por duas bolas sem resposta, no jogo da segunda mão. O próximo adversário, os “hidroeléctricos” vão ter pela frente o TP Mazembe da República Democrática do Congo.

Mário Sinamunda e Chelito, dois jogadores que, curiosamente já representaram o Ferroviário da Beira, fizeram jus ao “factor casa”, aproveitando o facto de conhecerem os cantos da casa, para marcarem os golos que deram a vitória da União Desportiva de Songo diante do Ngaya das Comores, conseguindo assim, a passagem à última eliminatória que dá acesso a fase de grupos da liga milionária africana.

Foi uma partida em que o campeão moçambicano, que vinha já com uma vantagem na eliminatória, em face do empate a uma bola alcançada em Moroni, queria a todo custo marcar muitos golos e garantir, quanto cedo, a passagem a eliminatória.

E logo cedo viu-se que a energia vinda de Songo era forte e fez o primeiro estrago logo ao minuto 10, quando Mário Sinamunda, que já tinha marcado na primeira mão, deu melhor seguimento ao cruzamento de Parkin, para rematar para o fundo das malhas de Said. Era o primeiro delírio dos adeptos que enchiam por completo as bancadas, respondendo de forma positiva ao chamamento de apoiar o campeão nacional, no terreno que já deu glórias ao Ferroviário da Beira, na mesma competição, ano passado.

Estava endiabrada a turma moçambicana que mesmo assim continuou a fazer pressão sobre o seu adversário, que se encontrava desconcentrado pelo golo sofrido.

Chelito, Hélder Pelembe e o próprio Parkin, eram as unidades mais perigosas da turma da vila de Songo, criando situações de muito perigo junto a defensiva contrária, mas com falta de calma suficiente para ultrapassar o guardião contrário. Aliás, numa das jogadas, Chelito, mesmo frente-a-frente a Said, guarda-redes do Ngaya, não conseguiu passar por este, perdendo oportunidades de aumentar a vantagem e a tranquilidade na eliminatória.

Ainda na primeira parte, foi Hélder Pelembe a perder o controlo da bola em zona privilegiada para fazer o cabeceamento, acabando por se embrulhar com a bola e a perder oportunidade de dilatar o marcador.

Do lado contrário France Said era o jogador mais perigoso, que procurava empurrar a equipa para a frente do ataque e criando alguns raides que, por vezes, mas que encontrava uma defensiva bem composta dos “hidroeléctricos”.

À passagem da meia hora, Mário Sinamunda voltou a criar perigo na defensiva comoriana, ao tentar, de ângulo difícil, um remate, mas a aparecer um pé do adversário a fazer o corte.

Quase no final da primeira parte o público voltou a levantar, quando Mário Sinamunda, mais uma vez ele, a rematar forte, desta vez a tirar tinta do poste da baliza de Said, para delírio dos moçambicanos.

Vermelho para France e golo de Chelito

Na segunda parte, a União Desportiva de Songo foi gerindo o tempo e o resultado, que lhe favorecia, embora com algum perigo, pois também foi na segunda parte que os comorianos empataram em sua casa, e havia que não vacilar neste jogo. Em alguns raides procurava chegar a baliza contrária, principalmente por Parkin, Chelito e Emanuel, que criavam desequilíbrios depois da linha do meio campo para frente.

Kambala, num livre directo e em boa posição, disferiu um remate forte que foi parado pelo guarda-redes, com uma palmada, quando o público já gritava pelo golo. Do canto nada aconteceu.

O pendor ofensivo do campeão nacional dava a perceber que a qualquer altura poderia se gritar mais um golo dos moçambicanos. Aos 70 minutos foi Parkin que quase marcava, com a bola a ser devolvida em cima da linha de golos, quando os moçambicanos já gritavam golos. Os delírios só acalmaram quando o árbitro do jogo apitou para o pontapé de baliza, pelo facto de ter desviado ainda em Mário Sinamunda.

Fervilhava-se no “caldeirão” totalmente cheio

France Said, que era o jogador mais perigoso da turma adversária, acabou vendo um segundo cartão amarelo, ao cortar, por via de uma falta, um lance de perigo da equipa moçambicana. Uma boa acção do árbitro da equipa.

A esta altura, já com mais uma unidade em campo, a União Desportiva de Songo subiu de rendimento e começou a encurralar o seu adversário na zona mais recuada, procurando chegar com perigo a baliza de Said, mas sem conseguir o almejado golo da tranquilidade.

Golo esse que só foi alcançado ao minuto 88, por intermédio de Chelito, para delírio dos adeptos presentes no “caldeirão” do Chiveve. Foi, de resto, um golo de grande nível, em que o atacante moçambicano faz a bola passar por cima do guarda-redes comoriano e depois vai introduzir a bola dentro da baliza contrária. Um golo que garantiu a passagem da equipa moçambicana a segunda e última eliminatória de acesso a fase de grupos da Liga dos Campeões.

Agora vem uma das equipas mais experiente do futebol africano, o TP Mazembe

Acompanharam esta partida várias personalidades políticas e desportivas, dentre eles o presidente do Município da Beira, Davis Simango, o presidente da Federação Moçambicana de Futebol, Alberto Simango Jr., o seleccionador nacional, Abel Xavier, entre outros.

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