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Psicólogos dizem que dois irmãos que mataram pai podem ser psicopatas e precisam de tratamento

Não são poucas as vezes em que os idosos são vítimas de maus tratos que até levam à morte, por serem associados a actos de feitiçaria. Desta vez, dois irmãos desferiram duros golpes ao progenitor de 96 anos que não resistiu às agressões e acabou por morrer.

Pela forma como os dois irmãos orquestraram o assassinato do próprio pai, o psicólogo Rui Mendes diz que os indiciados de matar o próprio pai, de 96 anos de idade, por suspeitas de feitiçaria em Manica, sofrem alguma perturbação de personalidade antissocial.

“Podemos estar diante de algo como uma perturbação de personalidade antissocial, uma possível psicopatia, em que não existe empatia. Temos aqui uma questão de frieza, se eles conseguiram chegar a este ponto de espancar o pai até à morte, nós podemos estar diante de uma possível psicopatia.”

Ademais, Mendes disse, ainda, que “o desespero, frustração e insucesso dos filhos podem ser factores que estão associados a este tipo crime”.

O psicólogo vai mais além esclarecendo que “se os dois têm algum problema ou bloqueio em relação a vários aspectos da vida, podem chegar ao ponto de já não conseguir nenhuma explicação e optar por essa via, se não tiverem ajuda.”

Em entrevista ao “O País”, o advogado Mpasso Camblege diz que os filhos, que tiraram a vida do pai, podem ser condenados a 20 ou 24 anos pela gravidade do homicídio.

“Estamos perante uma situação de homicídio agravado, previsto no artigo 160 do Código Penal. É um homicídio agravado dado às causas, às circunstâncias e ao meio usado para tirar a vida da vítima. Primeiro por serem os próprios filhos que o fazem, segundo por terem premeditado e programado este tipo legal de crime”.

Por sua vez, Tiago Lemes, sociólogo, sugere a intensificação ou reforço da educação cívica, sensibilização e criminalização desta prática.

“Se se esperar que as coisas mudem com tempo, pode ser complicado. Estas são práticas em que algumas pessoas acreditam e pensam que este é o modo de vida delas. Enquanto não se contrariar esta situação, através da educação cívica e consciencialização sobre o crime, isso sempre vai continuar”, frisou.

Os dois irmãos são confessos e dizem ter matado o pai por ser responsável pelas mortes sucessivas na família.

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