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Projecto das areias pesadas de Chibuto entra para fase decisiva de investimento

O projecto de areias pesadas de Chibuto, na província de Gaza, dispõe do maior jazigo mundial, com as pesquisas a apontarem para um total de 2 660 milhões de toneladas de matéria-prima depositada e existe dentro da área de concessão de 10.544 hectares um enorme potencial de recursos de ilmenite.

Contas feitas revelam que mesmo com a capacidade diária de processar 100 mil toneladas de areias pesadas, os recursos existentes podem ser explorados num período de 70 a 100 anos.

É todo esse atractivo que levou a empresa chinesa Affec a entrar na corrida para a sua exploração, estando agora a terminar os testes de qualidade dos recursos no laboratório instalado localmente para com base nos resultados avançar com a construção da fábrica de processamento definitiva, tal como ficou a saber o Presidente da República, ontem, na vista efectuada às instalações da fábrica provisória.

“Este é o lado da fábrica de testes que vamos construir e a fábrica principal, depois esta vamos destruir”, explicou a Filipe Nyusi um dos gestores da Affec que sublinhou que as instalações actualmente existentes na zona das infra-estruturas da mina são apenas para assistir esta fase de trabalhos preliminares.

Mesmo com os dados provisórios, os chineses não duvidam que o projecto das áreas pesadas de Chibuto é viável, por isso já planeiam um investimento global de 1,2 biliões de dólares americanos, tal como deu a saber o embaixador da China em Moçambique, Su Jian. “O PCA da empresa disse-me que durante toda a fase do projecto vai empregar mais de três mil trabalhadores chineses e Moçambicanos”. O diplomata acrescentou que aquele é o tipo de investimento que China e Moçambique decidiram abraçar em 2016, priorizando áreas produtivas e de infra-estruturas.

Os minerais que serão extraídos em Chibuto têm aplicação em várias áreas, deste tecnológicas e de construção civil, aliás, alguns servirão para fábricas locais. “Vamos construir aqui em Chibuto uma fábrica de fabrico de chapas de zinco”, precisou um responsável superior da Affec, num encontro que decorrer na zona da mina, ontem, juntando os investidores, a comissão de reassentamento e o Chefe de Estado.

Para Filipe Nyusi, aquele tipo de investimento reforça a diplomacia económica e a aliança com a China, dai que encorajou os empresários que para além da fábrica vão construir uma linha férrea de 70 km de Chibuto para Chókwè para permitir o escoamento dos recursos para o porto de Maputo e lá para a China.

“Primeiro encorajar a empresa que respondeu o nosso apelo quando estivemos na China e até levávamos uma missão de empresários. Dissemos ao governo chinês que precisamos de investimento privado em Moçambique e a resposta é esta”, salientou Filipe Nyusi que preferiu deixar melhores considerações para quando for lançada a primeira pedra para a construção da fábrica acima referida.

Enquanto isso, a vila que vai acolher as cerca de 500 famílias que deverão sair da área da mina está na fase de conclusão, as casas do tipo dois e três estão praticamente construídas e a área conta com uma escola, igreja, esquadra e sistema de abastecimento de água.

Com a entrada dos chineses, ressurge o projecto que tinha sido concessionado ao grupo mineiro BHP Billiton que perdeu o projecto das areias pesadas de Chibuto a favor do Estado moçambicano após o grupo ter abandonado alegando ser inviável. O abandono da Billiton aconteceu ainda na fase de estudos de viabilidade.

A mesma previa fazer uma operação integrada de mineração a céu aberto, concentração e fundição para produzir titânio, ferro rutílio e zircão.

 

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