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Projecto Agro Mozal vai continuar por mais três anos e integrar mais associações

Foto: O País

O Projecto Agro Mozal, da Empresa de fundição de alumínio Mozal, implementado pela Fundação SOICO (FUNDASO), leva sementes e fertilizantes para os produtores de nove associações dos distritos de Boane e Namaacha, província de Maputo. A Mozal investiu, nos últimos três anos, mais de um milhão de dólares americanos, o equivalente a cerca de 64 milhões de meticais ao câmbio do dia, para financiar o projecto Agro Mozal e decidiu alargar o projecto por mais três anos e integrar mais associações.

São sementes de qualidade superior, com alto poder germinativo e alto rendimento nos campos de cultivo. Sementes de hortícolas como couve, pepino, pimenta, cebola e há também cereais, o caso do milho. Os fertilizantes são indispensáveis para o rápido desenvolvimento das culturas e é por isso que também chegaram aos agricultores.

E nas terras aráveis de Boane, espera-se maior produtividade na presente época agrícola. O projecto Agro Mozal, que está a ser implementado pela FUNDASO, levou sementes para mais de seiscentos produtores agregados em associações.

De baixo duma árvore frondosa, estavam os produtores das Associações Lhuvuku e Comenoi, onde a alegria era indisfarçável. Naquele local, cantava-se e dançava-se, afinal chegaram insumos agrícolas para serem lançados à terra na presente época agrícola 2021-2022.

Lino Nassone, presidente da Associação Comenoi, diz que as sementes de qualidade acabadas de receber vão ajudar na melhoria da produção. “Somos muitos produtores aqui, precisamos destas sementes para a melhoria do nosso trabalho nas nossas machambas”.

Ainda em Boane, a alegria era contagiante, mas, mais do que isso, é a certeza da melhoria da produção e da produtividade agrícola.

Os produtores da Associação Regantes da Massaca, que trabalha 25 hectares de terra, com 13 membros, também foram beneficiados, por estas sementes que chegam através do projecto Agro Mozal, cujo objectivo é aumentar a produção e a produtividade, mas também gerar renda no seio dos produtores.

A Associação 25 de Setembro, no povoado de Mahanhane, também em Boane, tem na sua posse 27 hectares, onde faz machambas e, com 30 membros, viu, a partir desta acção, as suas condições de trabalho melhoradas depois de décadas de estagnação, pois, além de sementes, receberam pulverizadores, uma motobomba e seus respectivos componentes que vão ajudar na irrigação dos campos.

“Os pulverizadores, motobomba e respectivos equipamentos, que recebemos, vão ajudar-nos bastante. Há mais de 30 anos em que trabalhávamos as nossas terras e sempre no regime de sequeiro, isso dificultava o nosso trabalho. De hoje para diante, fica tudo melhorado”, considerou Gomes Massuque, vice-presidente da Associação 25 de Setembro.

A caravana de insumos agrícolas do projecto Agro Mozal escalava diferentes pontos no interior dos distritos de Boane e Namaacha, onde a recepção era sempre calorosa.

As Associações Pala Ussokoti e Tsemba Kurima, com 30 membros em Namaacha, foram também beneficiadas. Remani Razão, presidente da Associação Tsemba Kurima, vê muitas vantagens nas sementes recebidas e considera que está alavancada a produção e a produtividade.

Alzira, que há dez anos trabalha a terra, recebeu sementes e já tem o cronograma de sementeiro traçado. Aponta Janeiro como o início da preparação da terra para logo lançar a semente.

Samuel, que está há dois anos no projecto Agro Mozal, contou ao jornal “O País” que conseguiu melhorar a sua machamba, aumentando a área de produção e obtendo maior rendimento produtivo, facto que permitiu melhorar a vida familiar. Conseguiu construir a sua casa e melhorar várias infra-estruturas, tanto em casa, como na machamba. Consegue, igualmente, suportar as despesas da escola dos filhos e netos.

Estes ganhos na actividade agrícola resultam da inovação nas técnicas agrárias, que são transmitidas pelos extensionistas que difundem junto dos camponeses novas tecnologias e orientações decorrentes dos avanços tecnológicos no sector da agricultura.

A Associação dos Regantes de Mafuiane, também em Namaacha, tem 237 membros que trabalham numa área estimada em 170, 2 hectares, onde são produzidas várias hortícolas e cereais. Os associados receberam insumos num ambiente festivo e de promessa de produção e produtividade, conforme deu a conhecer o presidente da agremiação.

“Nos três anos em que o projecto já completou, já investimos cerca de 750 mil dólares. Este ano, vamos também investir acima de 250 mil dólares, o que significa que, neste período, fazemos uma avaliação de cerca de um milhão de dólares, equivalente a mais de 64 milhões de meticais ao câmbio do dia. O que poderemos fazer no desenvolvimento deste projecto é aumentar o número das associações, para que possamos ter mais beneficiários”, disse o representante da Mozal, Gil Cumaio.

É mesmo uma boa nova o alargamento do projecto que vai abranger mais duas associações, mas a FUNDASO, que está há três anos a palmilhar o interior dos distritos de Baone e Namaacha, trabalhando directamente com os produtores, vê na hora de balanço ganhos que permitiram impulsionar a produção.

Patrício Manjate, gestor de projectos na FUNDASO, considera que, pelas acções em campo, os camponeses duplicaram os seus rendimentos e há registo, igualmente, de sustentabilidade no projecto.

A administradora de Namaacha, Suzete Dança, que testemunhou a entrega de sementes à Associação de Regantes de Mafuiane, disse que o projecto Agro Mozal está alinhado com o Governo para acabar com a fome naquele ponto do país.

A expectativa para os próximos três anos é mais produtividade agrícola e melhoramento da disponibilidade de alimentos, o que pode contribuir para a segurança alimentar e aumento de índices de nutrição.

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