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Profissionais de saúde estão “na linha-da-frente” no inquérito seroepidemiológico

Cerca de 150 profissionais de saúde do Hospital Geral de Mavalane foram submetidos ao inquérito seroepidemiológico e teste rápido da COVID-19. Já com um caso positivo do novo coronavírus, os inqueridos consideram que o processo poderá ajudar na contenção da doença naquela unidade sanitária.

Foi lançado na capital do país, na última segunda-feira e os médicos foram os primeiros, talvez por serem os profissionais na linha-da-frente. Hoje, O País escalou o Hospital Geral da Mavalane para acompanhar como é feito o inquérito seroepidemiológico para identificar os locais onde as pessoas estão mais expostas à COVID-19.

A manhã de hoje era fresca e logo pelas 09h, os investigadores do Instituto Nacional de Saúde estão defronte de muitas cabines. Cada uma delas tinha lá escrito o que se faz no seu interior: recolha de amostrar, farmácia, aceitação… por aí vai. Era ali que decorria o inquérito aos profissionais de saúde.

Antes de tudo, um total de 12 investigadores apronta-se. Veste-se a rigor: uma bata azul, máscara, óculos de protecção, luvas, desinfectam as mãos e o local de trabalho. Aliás, verificam-se, também, as perguntas. A desinfecção não é por acaso.

“A desinfecção do local do trabalho é para permitir que os outros profissionais sejam recebidos num sítio onde o risco de infecção é mínimo”, elucidou Mussagy Manuel, investigador do Instituto Nacional de Saúde afecto, que estava de plantão no Hospital Geral de Mavalane.

Garantida a segurança da equipa, são, de seguida, trazidos os kits de testes rápidos da COVID-19 e a um passo rápido, os profissionais de saúde do Hospital Geral de Mavalane aproximam-se das cabines para avaliar o nível de exposição ao novo coronavírus.

Observando o distanciamento mínimo de um metro e meio, os profissionais da saúde aguardam pela sua entrada na sala, onde decorrem os três procedimentos do inquérito seroepidemiológico e teste rápido do novo coronavírus.

“Primeiro, tem que haver um consentimento do profissional de saúde, uma vez que a participação é voluntária. Segundo, temos a colheita das amostras de sangue que é para o efeito do teste rápido e terceiro, faz-se uma sessão de entrevista”, enumerou Mussagy Manuel.

Depois dos três passos, chega-se à conclusão se a pessoa esteve ou não exposta ao novo coronavírus e, caso se confirme, recolhe-se a amostra para o laboratório do Instituto Nacional de Saúde que vai dar o resultado final da COVID-19.

“Todo caso positivo confirmado a partir do Instituto Nacional de Saúde, este indivíduo passa para o protocolo do Ministério da Saúde que é adoptar todas as medidas de prevenção de modo a evitar maior transmissão do vírus”, revelou o investigador do Instituto Nacional de Saúde.

Evitar a maior transmissão do vírus é o que os profissionais da saúde no Hospital Geral de Mavalane esperam que aconteça depois do inquérito, numa altura em que já há médico infectado pela doença.

“Este rastreio vai nos ajudar a saber se as medidas que nós estamos a adoptar, a nível individual e colectivo, estão a ser eficazes. Também vai nos ajudar a fazer o mapeamento da pandemia”, apontou Patrícia Nhatitima, médica-responsável no Hospital Geral de Mavalane.

Enquanto não se faz o mapeamento da pandemia, ela pode estar em qualquer lugar. Daí a importância de continuar a seguir as medidas de prevenção básicas. “Sempre que atendemos os pacientes, temos que estar de máscara, ter o álcool-gel para desinfectar e quando não vamos à copa temos água e sabão para lavarmos as mãos antes da refeição”, mencionou Eufrásia, profissional de saúde no Hospital Geral de Mavalane.

Depois do inquérito, as autoridades de saúde poderão ter a ideia dos locais onde as pessoas estão mais expostas ao novo coronavírus e desenhar melhores estratégias para a sua contenção.

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