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Profissionais da saúde “vencem o medo” e são imunizados

A cidade de Maputo conta com 13 locais e uma brigada móvel para vacinar mais de 9.900 profissionais de saúde contra a COVID-19. Para ser imunizado, o nome do técnico, deve constar da lista. Após o procedimento, o profissional recebe um comprovativo de vacinação com a data para a próxima dose.

Observando o distanciamento social, os profissionais de saúde sentam-se nos postos de vacinação. O ambiente é tenso, mas a certeza é uma e única: é preciso receber a vacina para reforçar o combate a um inimigo de todos. Ninguém sabe que efeitos colaterais terá a vacina chinesa Virocell. Cada um está atento ao chamamento do seu nome. Aliás, esta é a condição primária para que os técnicos sejam imunizados contra a COVID-19.

“A nossa lista foi feita com base nos processos que temos nos recursos humanos. Nós fizemos o levantamento com base neste sector e temos registo de todos os funcionários tanto do Centro de Isolamento, assim como do Centro de Investigação”, explicou Hélia Manasse, directora do Hospital Geral de Mavalane, na cidade de Maputo.

Verificado e cumprido este requisito, os profissionais de saúde seguem para uma mesa onde, primeiro, entregam o seus dados para o preenchimento do cartão de vacinação. Deste ponto, vai se para o outro, onde é administrada a vacina, mas antes, proferem-se algumas palavras de conforto para aliviar a tensão.

“Não precisa ficar com medo. O que pode vir a acontecer é uma dorzinha no local, ficar um pouco avermelhado e um pouquinho de febre. Pode não acontecer, mas se acontecer é normal. Está bom? Não precisa ficar com medo” tranquilizou a enfermeira do Hospital Geral da Polana Caniço, antes de administrar a vacina a um profissional de saúde.

De seguida, levanta-se a camisa ou blusa do técnico de saúde e a siringa é injectada na parte superior do braço. A imunização está garantida.

No maior Centro de Isolamento e tratamento da COVID-19 no país (Polana Caniço) está previsto que recebam a vacina contra o novo Coronavírus 485 profissionais da saúde, sendo que até as primeiras horas de ontem tinham sido vacinados 160. Yolanda Muianga faz parte dos vacinados.

Enfermeira na Polana Caniço, afirma que estava ansiosa em receber a vacina para poder trabalhar em segurança e enfrentar uma doença pouco conhecida. “Até agora sinto-me muito bem. Por acaso não doeu. É uma aplicação muito fácil e a enfermeira disse que era para controlar para caso sinta alguma coisa anote num papel todos os sintomas para o devido encaminhamento”, testemunhou Yolanda Muianga, enfermeira do Hospital Geral da Polana Caniço, com um semblante visivelmente feliz.

A adesão ao processo de vacinação é, também, levada à serio no Hospital Geral de Mavalane. Seguem-se os mesmos procedimentos e até agora foi alcançada uma meta da 40% do total de 692 profissionais de saúde inscritos.

“Existem critérios para vacinação e os profissionais têm todos acesso. Aqueles funcionários que têm COVID-19 não podem vacinar. Só poderão o fazer depois de recuperar. As que também não podem vacinar são as mulheres grávidas e lactantes”, enumerou Maria Helena, directora clínica do Hospital Geral de Mavalane.

“Trabalham para garantir a vacinação nesta unidade hospitalar, sete técnicos formados para o efeito. Temos três na digitação, três nos livros de verificação e outros na vacinação. Essas são as fases para a vacinação”, enumerou Maria Helena.

Farcelina Chambul e Izildo Bile já receberam falsas notícias sobre os efeitos colaterais da vacina contra COVID-19, mesmo assim prefiram ignorá-las e colocar a prevenção em primeiro lugar. “Decidi vacinar e sinto-me segura. Acredito que é para termos segurança. É uma vacina para prevenir a COVID-19”, contou Farcelina Chambul, profissional de Saúde no Hospital Geral de Mavalane, seguida por Izildo que reconhece não ter sido fácil tomar a decisão de vacinar, mas “tinha que ser assim, tendo em conta a prevenção do novo Coronavírus”.

Depois de aplicar a vacina, os profissionais de saúde devem aguardar pelo menos 15 minutos, para possíveis efeitos colaterais da doença.

Porque o momento é único e histórico, houve quem preferiu registar não só na memória, mas também no celular.

Concluída a vacinação, os técnicos de saúde recebem um cartão que, não só confirma que o profissional foi vacinado como também consta neste a data para a segunda dose, administrada 21 dias depois.

Na cidade de Maputo, a previsão é que sejam vacinados mais de 9.900 profissionais em 13 pontos de vacinação instalados em todos os distritos municipais.

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