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Produção de frangos aumentou em 15 mil toneladas ano passado

O subsector pecuário cresceu em 9%, na campanha 2020/2021, de acordo com o balanço apresentado, hoje , pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER). Segundo o documento, este é o maior crescimento dos últimos 10 anos. No mesmo período, a produção de frangos passou de 120 mil para 135 mil toneladas por média anual. 

Numa cerimónia que reuniu vários actores do subsector da pecuária, o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural aponta para um crescimento global em várias frentes.

“O crescimento histórico de 9% é o maior, contra a média dos últimos 10 anos de 4.4%, e depois 7%, nos últimos dois anos; o aumento da produção da carne bovina em 13%, com cerca de 159 mil toneladas de carne, igualmente o aumento da produção de carne de frango, que chegou a 135 mil toneladas, um crescimento de cerca de 12%. O crescimento, apesar de ainda tímido, de 18% na produção de ovos (25 milhões de dúzias)”, disse Correia.

Segundo o dirigente, este crescimento, sobretudo do frango, é histórico e coloca o país numa situação de auto-suficiência, tendo, no ano passado, sido consumido exactamente 98% de toda a produção nacional.

Contribuíram para este salto vários factores, entre os quais “aumento do número de avicultores, expansão dos aviários, combate ao contrabando de frango e o aumento da produção e disponibilidade de milho e soja”, lê-se no relatório.

“Provavelmente sejam poucos que têm domínio dos indicadores do sector pecuário, mas tem por trás cerca de 500 mil famílias. É um sector que hoje vale, em termos de activos, pouco mais de um bilião e acredito que contribua em cerca de 10% para o Produto Interno Bruto”, referiu Celso Correia.

O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural disse ainda que o país reduziu para zero a incidência de doenças em animais, através do aumento da cobertura vacinal, cuja parte da produção é interna.

“Em 2021, foi possível, depois de mais de 10 anos, alcançar a cobertura vacinal de mais de 80% do afectivo animal e alcançar a imunidade de grupo contra as principais doenças; redução de ocorrência de doenças para menos de metade, com destaque para registo de zero focos de febre aftosa, depois de quatro anos de ocorrência permanente e crescimento da produção de vacinas de cerca de 22 milhões para 43 milhões de vacinas, a maior marca a nível nacional”, revelou o ministro.

Segundo o relatório do Balanço da época passada, além da vacinação, em cerca de 98%, imperou para a eliminação desta estirpe o incremento do rigor na implementação de medidas de prevenção, tais como “o registo obrigatório e monitoria de transporte e transportadores de animais e de marchantes (comerciantes de gado), licenciamento e emissão de credenciais provinciais (documento que autoriza o movimento de animais) e a testagem prévia de animais para a mobilidade interdistrital”.

Até ao momento, Moçambique produz, através do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) três vacinas específicas, nomeadamente, Carbúnculo Hemático, para bovinos de quatro meses de idade, Carbúnculo Sintomático, para bovinos com idade menor de quatro meses e maior de três anos e doença de Newcastle, para galinhas Landim de todas as idades.

Quanto aos outros tipos de vacina, segundo técnicos do IIAM, o país continuará a importar, até que haja condições humanas e infra-estruturais para a produção interna.

O desafio que o MADER definiu, para 2021, no domínio da sanidade animal eram assegurar a cobertura mínima vacinal de 80% do efectivo animal (Carbúnculo Hemático, Carbúnculo Sintomático, dermatose Nodular, Febre Aftosa, New Castle e Raiva), aumentar o número de banhos de 10 para 14 por ano e aumentar a produção de vacinas a nível nacional de 22. 835, 000 para 41. 235, 000.

Os resultados indicam que, “em 2021, se registou um crescimento na cobertura vacinal, ao passar de 62% em 2020 para 86,75%, com destaque para Carbúnculo Hemático e Carbúnculo Sintomático que atingiram uma cobertura de 81% e 85%”.

O 1º Fórum Nacional de Pecuária é o culminar de um processo de auscultação, debates e partilha de ideias e o início de uma ferramenta de debates que visam, entre vários aspectos, buscar estratégias para alavancar o subsector.

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