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PRM investiga caso de tortura a garimpeiros

Vídeos captados por uma câmara amadora mostram elementos alegadamente da Unidade de Intervenção Rápida a torturar supostos garimpeiros. No vídeo, são visíveis actos de violência, de tortura e de humilhação a cerca de vinte garimpeiros. As imagens são chocantes.

Num dos vídeos, os supostos agentes da Unidade de intervenção Rápida batem em alguns garimpeiros com um pau e percebe-se que os golpes são fortes, visto que a vítima grita e pede que os agentes parem com a agressão. Percebe-se, na gravação, que os alegados agentes falam português e dão ordens de espancamento. Num outro vídeo, e num sinal de humilhação, os homens recebem ordens para pousar a cabeça no chão e entoar uma canção.

As imagens foram analisadas pela Polícia e, ontem, fizeram parte da agenda da reunião do Comando-Geral. O porta-voz da PRM, Inácio Dina, disse que a polícia iniciou uma investigação, para identificar os envolvidos nos actos de violência. “Os actos que se visualizam nestes vídeos são condenáveis. É visível a participação de supostamente alguns agentes da Unidade de Intervenção Rápida. O Comando-Geral fez a reflexão sobre este assunto e foi imediatamente instituído que deve haver uma investigação profunda sobre o caso”, afirmou o porta-voz da PRM.

Caso se confirme o envolvimento de agentes da polícia nos actos de tortura, a PRM irá instaurar um processo para a responsabilização dos seus agentes. “O importante neste momento é averiguar o lugar onde ocorreram os factos, a data, identificar os indivíduos envolvidos e as circunstâncias exactas em que todas as cenas aconteceram. Só com a identificação dos autores é que poderemos fazer a responsabilização desta acção”, disse Dina.

O porta-voz da PRM afirmou, ainda, que a polícia teve conhecimento destes actos de violência contra os garimpeiros através dos vídeos que circulam nas redes sociais, por isso, a PRM encoraja que os cidadãos continuem a denunciar todos os actos de violência e crimes, com o argumento de que a publicação de vídeos nas redes sociais ajuda na descoberta das infracções cometidas.

Ainda não se tem a localização exacta do lugar onde decorreram os actos de tortura, mas suspeita-se que tenham ocorrido numa mina de rubis em Namanhumbir, província de Cabo Delgado.

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