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Primeira-dama defende que se deve apostar na prevenção para garantir futuro do país

A esposa do Presidente da República dirigiu as cerimónias provinciais do Dia Mundial da Luta Contra o SIDA na cidade da Matola. Isaura Nyusi exortou a todos os actores da sociedade a apostarem na prevenção como forma de garantir o futuro das crianças.

A cerimónia teve lugar no Lar Nova Esperança, na cidade da Matola. No local existem estão crianças órfãs e desamparadas. As mesmas estão a ser submetidas a vários tipos de formação técnica.

Entre as crianças encontrámos Jorge, um rapaz de 15 anos de idade, caminhando descalço e que integra o grupo cultural do Lar. Jorge não conheceu nenhum dos seus progenitores porque morreram vítimas do HIV/SIDA.

O facto nunca sai da sua cabeça justamente porque antes de morrer, o seu pai fugiu de casa, deixando a sua mãe doente. Já fora de casa, chegaram informações de que o seu pai já tinha morrido. Não passou muito tempo e a mãe seguiu o mesmo caminho. Nesta altura, Jorge foi levado para um centro de acolhimento infantil, donde só saiu quando atingiu dez anos, tendo seguido para o Lar Nova Esperança, onde reside actualmente.

O sonho de Jorge é ser um agente da Polícia e ver a sua geração livre da doença que vitimou os seus pais e para isso considera que a solução deverá começar de si mesmo. “Vou cuidar de mim quando começar a minha vida sexual”, assegurou. Apesar de ter 15 anos e estar ainda a fazer sétima classe, o rapaz mostra-se audaz e garante que vai atingir todas as suas metas na vida.

Outra criança que quer ser parte da solução é Márcia, de 10 anos de idade. Esta não é órfã, mas diz que não quer ver mais crianças perdendo seus pais por conta da pandemia e por isso quer ser médica para “cuidar da minha família caso contraia a doença e atender outras pessoas também”.

Depois de passar por vários espaços do Lar onde as crianças desenvolvem vários ofícios, Isaura Nyusi ofereceu material escolar aos meninos como forma de incentivá-los a continuar com os estudos.

Chamada a discursar, a Primeira-dama começou por confessar que esta doença “mexe muito” com a sua sensibilidade, enquanto mulher e enquanto esposa do Presidente.

“Devemos apostar na prevenção para que as nossas crianças, adolescentes e jovens possam ter oportunidade de contribuir com o seu saber para o desenvolvimento de Moçambique”, disse Isaura Nyusi, para depois fazer uma exortação dizendo que há necessidade de “todas as forças vivas da sociedade para combater o estigma e a discriminação nas comunidades, pois podem trazer consequências negativas para os que estão afectados pelo Sida”.

As cerimónias do Dia Mundial da Luta Contra o HIV/SIDA, na província de Maputo, contou com a presença do embaixador da República Popular da China, Su Jian, que destacou as várias iniciativas que os dois país têm vindo a desenvolver para o combate ao SIDA, tanto em Moçambique, quanto na China.

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