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Presidente da República quer Desporto livre da corrupção

O Desporto foi o foco central das abordagens sobre o Dia Internacional de Luta Contra a Corrupção. Não existem dados sistematizados sobre a dimensão da situação neste sector em Moçambique, contudo, autoridades dizem que já é um problema que ameaça a verdade e transparência.

O Presidente da República desafiou ontem aos agentes, dirigentes, praticante e adeptos desportivos a unirem-se para acabar com a corrupção neste sector.
Filipe Nyusi, que falava nas cerimónias centrais do Dia Internacional de Luta Contra a Corrupção, quer que o Desporto moçambicano seja exemplo de transparência e livre de actos corruptos.

“O facto de termos escolhido este tema não significa que a corrupção incide mais sobre o Desporto. Significa que queremos um Desporto limpo. Há corrupção em vários sectores, mas, nós os moçambicanos queremos um Desporto limpo, esta é a mensagem que queremos transmitir”, disse Filipe Nyusi, perante uma plateia composta por representantes dos sectores da Justiça e desportivos, em particular.

O Chefe de Estado diz que, tal como outros sectores de actividades, o Desporto não está livre de actos de corrupção, e por isso todos os intervenientes devem agir para que a verdade e a transparência prevaleçam, acima de tudo.

A título exemplificativo, Nyusi falou de esquemas envolvendo arbitragem, num enredo visando adulterar a verdade desportiva.

“Chama o árbitro e diz que quer ganhar o jogo” com promessas de algo em troca, exemplificou, frisando ser este um acto de financiamento à corrupção, que deve ser combatido.

“Se não fizer (corrupção), o corrupto não vai ter saída, mas também, se ele exigir, denuncie”, exortou, assegurando que só com a denúncia se podem atingir resultados rápidos no combate a este problema.

Nyusi reiterou o compromisso do Governo em combater a corrupção, em todos os níveis e manifestações.

Em jeito de avaliação da situação no país, Nyusi disse que o facto de existirem casos a virem a público, demonstra que há trabalho visível no seu combate.

UMA AMEAÇA AO DESPORTO

A directora do Gabinete Central de Combate à Corrupção considera que este problema representa uma séria ameaça ao sector do Desporto.

Mesmo se apresentar dados estatísticos, Ana Maria Gemo disse que há sinais que podem indiciar práticas corruptas através da indústria de apostas e viciação de resultados, envolvendo dirigentes, clubes, árbitros e outros actores desportivos.

“A sua crescente natureza lucrativa põe o desporto na ribalta, pois, já não se trata apenas de actividade para admiradores, mas, também, de uma sólida fonte de rendimentos para atletas, dirigentes, árbitros, clubes. Associações e organismos que regem as diversas modalidades. Assim, com este foco, o Desporto com os seus princípios basilares, são ameaçados pela evolução do fenómeno da corrupção”, disse Gemo.

Para aquela dirigente, tal como nos outros sectores de actividades, também, no Desporto, o fenómeno precisa ser combatido por todos.

“Temos que aprimorar os mecanismos para combater a corrupção no Desporto, desenvolvendo políticas e estabelecendo ferramentas legais, apropriadas e eficazes. Será, pois, entre nós, de interesse comum, assegurar que todos actores relevantes no Desporto, se envolvam na luta contra a corrupção e que a responsabilidade seja partilhada”, exortou.

Numa perspectiva geral, Ana Maria Gemo destacou o reforço da componente legal, através de instrumentos legislativos como o novo Código e Processo Penal, a Lei de Recuperação de Bens resultantes da actividade criminosa, de entre outras, que deram ao sector de justiça, ferramentas para um combate e criminalização mais consentânea com o impacto do problema.

O Dia Internacional de Luta contra a Corrupção celebra-se sob o lema “Unidos Contra a Corrupção, Recuperando com Dignidade”.

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