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Presidente angolano volta a ligar a Ana Paula dos Santos

Foto: Presidência de Angola

Apesar das críticas de Tchizé, João Lourenço volta a ligar a Ana Paula dos Santos. Filha de José Eduardo dos Santos entrega queixa formal por negligência médica.

Apesar das críticas e suspeições de uma das filhas de José Eduardo dos Santos, o Presidente de Angola voltou a telefonar à ex-primeira-dama angolana. João Lourenço, que, na semana passada, enviou, a partir de Lisboa, o ministro das Relações Exteriores para Barcelona para “seguir in loco” o estado de saúde do seu antecessor, falou de novo com Ana Paula dos Santos, informou uma nota da Presidência sem adiantar mais pormenores. O Observador sabe que, entretanto, o ministro já não se encontra em Espanha.

Tchizé dos Santos tem-se insurgido, repetidamente, contra estes contactos ao longo da última semana, defendendo que deveriam ser feitos com as filhas e não com Ana Paula dos Santos, a quem acusa de ter abandonado o marido em 2017.  Aliás, a advogada contratada pela filha põe mesmo em causa a validade do casamento, já que estavam separados de facto, defendendo que os representantes legais são os filhos.

Ao mesmo tempo, em várias entrevistas e publicações nas redes sociais, Tchizé fala num “complô” para acelerar a morte do pai, envolvendo, no processo, não só o médico que, há anos, acompanha Zédu (como é tratado em Angola), bem como Ana Paula dos Santos e o Governo angolano.

Por outro lado, tinha-se previsto, para segunda-feira, uma queixa formal à justiça espanhola por negligência médica, tendo Cármen Varela avançado, na semana passada, que iria pedir análises “sobre possíveis envenenamentos” e sobre o que aconteceu nos 15 minutos que decorreram entre a queda do pai e o pedido de socorro. O Observador tentou obter uma reacção da clínica Teknon, mas sem sucesso.

A imprensa espanhola tem noticiado estas acusações de Tchizé, tendo o La Vanguardia avançado que a polícia catalã, o Mossos de Esquadra, já estaria a investigar o assunto. O jornal cita conversas com Tchizé em que haver um “complô” para matar o pai.

O argumento de Tchizé é o de que João Lourenço, a dois meses de eleições, teria receio de que José Eduardo dos Santos, decepcionado com a governação do actual Presidente, viesse a apoiar o maior adversário político do MPLA, a UNITA, disse Tchizé numa entrevista à Deutsche Welle.

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