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Preço do pinto sobe cerca de 20 meticais

O Governo proibiu, em finais de Junho último, a importação de aves (vivas ou em carne) e seus derivados da República da África do Sul, Zimbabwe e República Democrática de Congo, devido ao surto de gripe aviária que eclodiu naqueles países. 

Devido ao banimento, os fornecedores nacionais tiveram que recorrer ao mercado europeu para importar ovos, com vista à produção de pintos. Entretanto, esta medida acarreta mais custos e, consequentemente, agrava o preço dos pintos. A Higest, um dos principais produtores do mercado, confirmou o aumento de preços. 
“Os pintos que começámos a produzir e comercializar nesta semana terão um custo de produção superior, que estimamos que ande entre 20 e 25 meticais”, explicou Américo Marques, director comercial. 

De acordo com Marques, os custos acrescidos pela importação de ovos da Europa derivam de factores como a forma como são transportados (via aérea) e as limitações deste meio. Por outro lado, o gestor aponta questões alfandegárias. “É uma mercadoria que não vem da SADC, portanto, há outros custos que não temos no ovo da África do Sul”.

O director comercial explicou que a medida irá afectar directamente o mercado informal. “Há uma restrição. o número de pintos não é o habitual, tanto na parte da Higest como das outras empresas, portanto, nem todos os avicultores terão os pintos que desejam. E os que conseguirem terão um custo acrescido por pinto, que ao invés de ser 35 meticais, custará 55”, referiu.

O director comercial da Higest fez saber que o preço agravado do pinto vai manter-se até meados de Agosto, altura em que a empresa vai voltar a produzir pintos com ovos da África do Sul, situação que vai normalizar os preços.

A Higest produzia mensalmente 700 a 800 mil pintos, recorrendo ao mercado sul-africano. Com a importação de ovos da Europa, a produção reduziu cerca de 50%. Ainda assim, a empresa garante ter stock suficiente para um mês e meio e assegura que a medida não vai agravar o preço do frango congelado.

“Neste momento, temos stock de frango e não interrompemos a produção de frango nas capoeiras. O nosso matadouro continuará a receber frango, que será produzido junto com o que já temos, e será suficiente para que o consumidor final não sinta nenhuma alteração ao nível do preço do frango congelado ou da sua disponibilidade”, concluiu.

Medida afecta revendedores informais de galinhas
Uma ronda pelos mercados da Cidade de Maputo permitiu constatar que o preço da galinha não pára de subir. Os comerciantes informais de galinhas dizem que se viram obrigados a subir os preços, devido à decisão de suspensão de importação de aves. Entretanto, queixam-se de estar a somar prejuízos, uma vez que o novo preço afastou clientes.

Dona Júlia é vendedeira de galinhas no mercado Fajardo, desde 1992, diz que já houve momentos em que o negócio era rentável, mas hoje, devido a vários factores, incluindo a suspensão da importação de aves, o preço de aquisição da galinha subiu cerca de cinquenta meticais. Este aumento afugentou alguns clientes: “O negócio tornou-se insustentável. Estamos aqui apenas para conseguir pagar bens básicos”, refere.

À voz da dona Maria juntam-se outras de companheiras da actividade, que dizem que a decisão de suspensão, associada à crise, afectou directamente o negócio: “O preço do pinto subiu e nós vimo-nos obrigados a subir o preço da galinha também. Mas isto está a trazer vários problemas. Os clientes fugiram e preferem frango congelado”, disse outra vendedeira. 

No mercado da Malanga, “O País” constatou que o sentimento é o mesmo. Também no Xipamanine, ainda na cidade de Maputo, os revendedores de galinhas disseram estar a somar prejuízos, uma vez que, além dos custos com a sua aquisição, as galinhas levam mais tempo para serem compradas, o que acarreta outros custos em termos de compra de ração.
Refira-se que a galinha que estava a ser vendida a 190 meticais subiu cinquenta meticais. 

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