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Prazos para conclusão das portagens da circular em “xeque” e condutores pedem preços “sociais”

 Os prazos para a conclusão das quatro portagens da circular de Maputo podem estar comprometidos. A previsão era a conclusão até final deste mês, mas, no terreno, as obras ainda estão longe do fim. Por outro lado, os automobilistas queixam-se do número das portagens e esperam que os valores a serem cobrados sejam razoáveis.

Em Novembro do ano passado, a Rede Viária de Moçambique, concessionária da estrada circular de Maputo, deu garantias de que as obras de construção das quatro portagens estariam concluídas nos finais do segundo semestre de 2021, ou seja, finais do mês em curso. Sucede, porém, que, no terreno, os trabalhos ainda estão a decorrer e não há nenhum sinal de que as obras serão concluídas em menos de duas semanas, o que significa que os prazos estão tremidos, mesmo não tendo sido colocadas as placas com o período para o término dos trabalhos.

Estão tremidos os prazos, todavia a existência de portagens na estrada circular de Maputo é um facto irreversível, o que tornará mais caro o acesso, pela via, à cidade de Maputo por parte dos automobilistas.

“De repente, são duas portagens. Daqui (referindo a Costa do Sol) para Chiango, a seguir para quem vai a Matola Gare, também tem outra e, como se não bastasse, em direcção à Marracuene, temos mais uma portagem. Portanto é preocupante”, lamentou Marcelo Daniel, automobilista e utente da estrada circular de Maputo.

Na verdade, a preocupação de Marcelo Daniel é de muitos, sobretudo para os que, diariamente, usam viaturas particulares para ir ao serviço, atravessando, pelo menos, duas portagens. “Eu trabalho em Marracuene e vou apanhar duas portagens e não sei como é que vou fazer. Assim, não tenho outra alternativa senão deixar o meu carro e apanhar o do serviço”, referiu António Vicente, utente da estrada circular de Maputo.

Porém, nem todos têm, como alternativa, o carro do serviço e devem, infalivelmente, passar por essas portagens, por isso propõem preços que consideram acessíveis a pagar. “As viaturas ligeiras, por exemplo, deviam pagar 25 meticais e as pesadas 75 MTS”, propôs Mandlate e Arsénio Nhabindo tem outra proposta: “Espero que haja uma igualdade com as outras. Este, na minha opinião, pode vir a pagar 40 ou 50 meticais”, chutou.

No entanto, a sugestão não é só em termos do valor que deverá ser pago, mas também as modalidades de pagamento, tendo em conta o número de portagens a serem atravessadas.

“Nós apelamos às autoridades no sentido de criarem medidas razoáveis ou um meio-termo. Por mim, pode-se cobrar na primeira portagem e, na segunda, o automobilista, simplesmente, passa mostrando o recibo de pagamento da primeira portagem”, sugeriu Ibrahimo Mussagy, automobilista e utente da estrada circular de Maputo.

As portagens em construção, na cidade e província de Maputo, não podem ser vistas pelo Governo como negócio, defende o economista Elcídio Bachita. “Este é um serviço social que o Estado está a prover aos seus cidadãos, por isso o seu custo não pode ser exorbitante”, observou o economista Elcídio Bachita, citando como agravante o facto de se estar a registar um aumento em outros serviços, nomeadamente “o aumento das taxas de lixo, energia e água. Tudo isso tem de ser pago pelo cidadão, mas os ordenados deste cidadão nunca crescem, ou seja, cidadão fica cada vez mais apertado e pobre”.

Para que os preços das portagens não sejam sufocantes para os cidadãos, o economista propõe a tarifa de 10 meticais. “É o razoável que os cidadãos possam contribuir para apoiar o Estado e este valor de 10 meticais, como proposta, é simbólico.

A Rede Viária de Moçambique, concessionária da estrada circular de Maputo, mostrou-se indisponível para falar sobre os preços das portagens, assim como sobre os prazos para a conclusão das obras.

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