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Portugal vai apoiar Moçambique a garantir paz e estabilidade

O segundo e último dia da visita do Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, a Moçambique foi marcado por visitas a diferentes instituições na cidade de Maputo. O governante português escalou o Museu de História Natural onde conheceu a exposição permanente da vida selvagem existentes nos parques e reservas nacionais, com especial destaque para o peixe paleontológico denominado Celecanto encontrado em Pebane nas águas nacionais e que é alvo de pesquisas conjuntas entre pesquisadores nacionais e portugueses. Conheceu a rara colecção natural de todas as fases do embrião de elefante, assinou livro de honra e reinaugurou o mural de Malangatana restaurado com apoio de um banco nacional com capitais portugueses.

Na ocasião, o reitor da Universidade Eduardo Mondlane, entidade que gerencia o Museu, falou dos vários programas de cooperação que aquela instituição de ensino superior mantém com universidades portuguesas e no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

No final, António Costa partiu para a Assembleia da República onde foi recebido com honras militares e reuniu-se com a Presidente do Parlamento, Verónica Macamo e representantes das três Bancadas Parlamentares. No fim trocaram presentes e Costa assinou o livro de honra. À imprensa disse que falou com os parlamentares sobre a pacificação do país e expressou que o voto em democracia é a arma à disposição do povo para fazer qualquer tipo de mudança e que não se deve recorrer nunca ao soar de outro tipo de armas.

A presidente do Parlamento moçambicano agradeceu a visita do governante português e diz que a lição sobre a democracia foi muito bem aprendida pelos representantes do povo, até porque é o que comungam que é através do voto que se expressam opiniões e geram-se mudanças em democracia.

Do parlamento, António Costa partiu para o Mercado Central onde de banca em banca interagiu com os vendedores, recebeu ofertas dos mesmos e terminou a visita assinando o livro de honra.

“Paz e estabilidade são fundamentais”

No início de tarde desta sexta-feira, António Costa dirigiu o encerramento do seminário económico que juntou na mesma sala empresários moçambicanos e portugueses. Na ocasião, foram assinados acordos e contratos entre empresas e instituições moçambicanas com as suas contrapartes portuguesas e ou moçambicanas com capital português. Nos discursos, o Chefe do Governo português disse que Portugal está disponível para apoiar Moçambique a diversificar a sua economia através do incremento de investimentos nas quatro áreas prioritárias definidas pelo governo moçambicano, nomeadamente, Agricultura, Turismo, Energia e Infra-Estruturas.

No entanto, Costa considera que é preciso que Moçambique garanta a paz e estabilidade política. Por essa razão o seu governo através do Ministério de Defesa assinou um acordo de cooperação com a sua contraparte moçambicana, o mesmo aconteceu com o Ministério do Interior de Moçambique e o de Administração Interna de Portugal. Ambos acordos visam melhorar o apoio português às Forças de Defesa e Segurança nacionais na manutenção da paz e garantia da segurança interna para que se crie um ambiente favorável ao investimento.

A segunda dimensão é a facilitação do acesso ao financiamento. Através do banco Caixa Geral de Depósitos, Portugal facilita empréstimos concecionais e comerciais a empresas que queiram investir em Moçambique, mas também através de outros fundos existentes. Falou ainda das oportunidades criadas pelo Fórum de Macau no acesso ao Investimento como uma outra via através do qual se pode aceder ao capital.

Por seu lado, o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse que Moçambique caracteriza Portugal como um parceiro estratégico e neste momento que a economia moçambicana se encontra em franca recuperação é importante reactivar a parceria económica com aquele país que chamou de irmão. Maleiane disse que apesar de Moçambique ter descoberto importantes reservas de gás natural a aposta do governo é atrair investimentos para os quatro sectores prioritários e neste momento há projectos nessas áreas avaliados em 20 mil milhões de dólares e que somados aos mais de 60 mil milhões de dólares que serão investidos no sector do gás e petróleo abrem-se oportunidades para empresas portuguesas que investirem em Moçambique. E esses investimentos dentro de cinco a dez anos vão tornar Moçambique num país de crescimento médio o que vai criar muitas oportunidades de negócios.

Por outro lado, o governante falou da importância do investimento português em Moçambique que se têm se situado nos últimos anos como um dos 10 países que mais investem na nossa economia. Só nos últimos cinco anos, Maleiane disse que Portugal investiu em mais de 500 projectos que geraram mais de 28 mil novos empregos em Moçambique.

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