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Populares lincham suposto ladrão Beira

Mais um suposto ladrão foi linchado na madrugada desta segunda-feira, por moradores do bairro da Chota, na cidade da Beira. A vítima que aparentava ter cerca de 30 anos morreu depois de ser espancado com paus e pedras. Tal como noutros casos de linchamento na Beira, não há testemunhas. É sempre assim cada vez que é registado um caso de linchamento no Chiveve. Os moradores limitam-se apenas a afirmar que ouviram barulho e que os índices de criminalidade são altos.

João Catueira, residente no bairro da Chota, disse que ouviu muito barulho pela madruga e que não se preocupou porque “já é normal no nosso bairro ouvirem-se gritos de socorro pela madrugada. Nunca se sabe ao certo o que se passa e é arriscado sair dentro da casa para socorrer a vítima que pode ser um ladrão ou uma vítima. Contudo por volta das cinco e trinta ficamos a saber que afinal eram alguns populares que estavam a linchar um suposto ladrão”.

Os moradores de Chota rogaram a polícia uma acção mais contundente.

“Os ladrões aproveitam-se do facto de grande parte dos moradores do bairro não terem acesso a corrente elétrica. Fica tudo escuro. Exortamos a EDM a colocar energia neste bairro e a polícia a intensificar o patrulhamento. Se os polícias são pagos pelo erário publico, ou seja pelo nosso dinheiro, então porque eles não se preocupam em nos proteger. Os agentes da policia devem ser proactivos e não ficarem a espera que os crimes aconteçam para depois virem proteger guarnecer cadáveres. Por favor somos moçambicanos iguais a todos e acho que merecemos melhor protecção”, pediu Carlitos Gabriel, outro morador da Chota.

Com este caso sobe para três o número de suposto ladrões linchados este ano na cidade da Beira, contra três em todo o ano passado. Refira-se que as ondas de linchamentos começaram a ser registados na cidade da Beira em 2008, com 15 casos. Os casos foram aumentado ate que em 2012 foram registados 28 linchamentos.

Foi criada na altura uma equipa multissectorial envolvendo a Polícia da República de Moçambique, Ministério Público, líderes comunitários e religiosos, que foi sensibilizando as comunidades porem fim a justiça com as próprias mãos. O fenómeno tem estado a reduzir satisfatoriamente.

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