O País – A verdade como notícia

Polícia e “Lizha Só Festas” contradizem-se sobre lotação do Aqua Park

A Polícia e os organizadores do evento de celebração do Dia Internacional da Criança, em Maputo têm informações contraditórias em relação à superlotação do local onde cinco pessoas, entre crianças e adultas, morreram na noite ontem.
Reagindo ao sucedido, hoje, a Polícia disse que as investigações preliminares à tragédia apontam a superlotação no local do evento como provável causa da tragédia. A PRM diz que havia 20 mil pessoas no Aqua Park e a "Lizha Só Festas" fala oito mil.

"O incidente do Aqua Park consubstanciado na queda de pessoas no portão de saída e na vala de drenagem que fica junto à estrada, onde algumas pessoas caíram por cima de outras resultou em desmaios e ferimentos de nove indivíduos, que prontamente foram socorridos ao Hospital Central de Maputo. Infelizmente cinco das vítimas, acabaram perdendo a vida das quais quatro do sexo feminino e um masculino, sendo três adultos de aproximadamente 75, 60 e 45 anos de idade e dois menores de 7 e 12 anos de idade. Dos feridos um ficou internado e três que haviam desmaiado foram reanimados pelas equipas de socorro", comunicou Leonel Muchina, porta-voz do Comando da PRM na Cidade de Maputo.

“Segundo informações preliminares que dispomos, no evento estava previsto a entrada de cerca de 15 mil pessoas. No entanto, há hipótese de ter-se estendido para 20 mil, um número que extravasa o que foi previsto e a capacidade do recinto”, acrescentou Leonel Muchina.

Em relação aos portões, a Polícia avança que "dados preliminares indicam que existiam dois portões de acesso de evacuação mas neste processo pessoas foram subindo em cima das outras, foram caindo na vala de drenagem que está junto aos portões, no recinto do Aqua Park. Neste sinistro algumas pessoas foram desmaiando, outras contraíram ferimentos e outras perderam a vida. Da evacuação que se fez a partir das viaturas da polícia, as pessoas ainda davam apenas indicação de vida de desmaios mas quando deram entrada no hospital foram dadas como mortas”.

Entretanto, a “Lizha Só Festas”, responsável pela organização do evento, fala de oito mil pessoas e diz que não sabe o que efectivamente aconteceu, por isso, aguarda pelos resultados das investigações em curso.

"Não sabemos explicar o que aconteceu porque a organização não estava presente no momento e há  muita especulação. Deixamos que esta informação seja dada por aquela que é a instituição competente para o efeito. Esta a ser feita a investigação necessária por parte da Polícia e nos termos dos autos essa informação efectivamente irá chegar. Nós não vamos nos antecipar, nem vamos nos pronunciar sobre aquilo que as redes sociais tem dito porque definitivamente como devem imaginar alguma rede social diz que houve afogamento, outra informação oficial do hospital diz que houve asfixia e há também uma outra informação em que diz que houve atropelamento. Nós não trabalhamos nem com redes sociais, nem com eventual informação que quer desinformar… Nós queremos trabalhar com investigação da PIC para nos posicionarmos”, explicou Iveth Mafundza, advogada da organização.  

A organização lamenta o que sucedeu e diz que vai se responsabilizar caso seja necessário.

“Lamentamos, damos as nossas condolências as famílias enlutadas e vamos nos responsabilizar naquilo que for nossa parte, naquilo que seja necessário, cientes de que tudo fizemos, pedimos todas as autorizações desde o Conselho Municipal até as autoridades da área. Esteve aqui a polícia, os bombeiros e fizeram o seu trabalho. Agora, aquilo que aconteceu depois do evento ter terminado não temos informação e nós estamos a aguardar o relatório nesse sentido”, esclareceu a advogada da “Lizha Só Festas”.

Quanto a lotação a advogada diz que “esta é uma informação técnica que não temos na semelhança, mas confirmada por algumas pessoas são 15 mil pessoas e nós tivemos aqui oito mil pessoas dentre as quais mais de metade eram crianças.

A informação que nós temos é que todos os portões estavam abertos. Que se faça uma investigação para aferir-se o que aconteceu porque nós não estávamos presentes para dizer o que é que aconteceu. Se há necessidade de responsabilizar alguém acho que os autos já estão a avançar.

A Polícia continua a investigar o caso e promete dar a devida celeridade nas investigações de forma a esclarecer o caso. Enquanto isso do lado de fora havia pessoas que vinham para o segundo dia do "Lizha Só Festas".

 

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos