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Polémica dita restauro do mural de Malangatana na UEM

O mural, que recentemente foi alvo de perfurações para dar lugar à montagem de canos de casa de banho, foi visitado semana finda pelo ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro, na sequência de críticas, algumas com um tom de contundência, de vários segmentos da sociedade, que deploravam o trato que aquela obra foi alvo.

Durante a visita ao mural, Dunduro mostrou-se agastado com “a banalização da obra”, tendo considerado a acção como “um atentado grosseiro às artes”.

De acordo com informações que tivemos acesso, de fontes oficiais, “o restauro do mural vai acontecer num esforço conjunto entre o Ministério da Cultura e Turismo e a Universidade Eduardo Mondlane”.

Com efeito, o Ministério da Cultura e Turismo já mandou ao local um especialista para se inteirar dos níveis de intervenção a serem levados a cabo para solucionar os danos causados ao mural.

Segundo Afonso Malace, do Museu Nacional de Arte, curador e especialista na área de conservação e restauro, o mural deverá passar por um restauro total, pois “para além dos locais furados, verifica-se lacunas na camada cromática. Isso deverá, também, ser solucionado”.
Aquele especialista disse que, neste momento, se está num processo de levantamento das necessidades e destacou a complexidade do processo.

“Temos que procurar materiais semelhantes ou iguais àqueles usados na obra original. O mural é diferente de uma tela, requer um tratamento especial e rigoroso, por causa da natureza do seu suporte”, explicou.

A documentação fotográfica do processo de restauro; fixação da camada cromática; limpeza superficial; preenchimento das faltas no suporte; preenchimento e integração do suporte; planificação do suporte; preenchimento e integração das faltas da camada cromática; retoque e integração da camada cromática face; harmonização e, por fim, a aplicação de protecção são os passos que, segundo aquele especialista, serão seguidos no processo de restauro.
Recorde-se que o mural foi pintado em 1998.

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