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Pemba volta a registar greve dos transportadores semi-colectivos

Foto: O País

Os transportes semi-colectivos de passageiros da cidade de Pemba voltaram a paralisar temporariamente a actividade, ontem, devido a uma operação de fiscalização rodoviária, realizada pelo Instituto Nacional de Transportes Rodoviários e Polícia de Trânsito.

“Paramos mais uma vez, porque estamos cansados dessas fiscalizações que andam a fazer. Mesmo entregar todos os documentos, como livrete da viatura, carta de condução, inspecção e licença de actividade, eles sempre arranjam uma maneira para prender e passar multas”, justificou Garafu Jamal, um dos transportadores.

A situação provocou uma crise temporária de transporte de passageiros na capital de Cabo Delgado e, devido a algumas agendas consideradas inadiáveis, uma parte dos cidadãos foi obrigada a caminhar longas distâncias a pé ou de motorizadas para os seus destinos.

“Eu saí a pé de Muxara e, assim, vou ao Hospital Provincial de Pemba, onde vou deixar o pequeno-almoço e visitar um familiar que está internado”, disse Lúcia Ernesto.

Devido à crise, alguns cidadãos recorreram aos mototaxistas, mas os que tinham apenas dinheiro suficiente para uma deslocação de transporte semi-colectivo acabaram por regressar às suas casas, comprometendo as suas actividades.

“Estou aqui há quase três horas e, como já atrasei no serviço, que fica longe, não tenho outra alternativa se não voltar à casa, e amanhã tentar justificar à direcção”, disse Paulina Sitoe, outra residente de Pemba que ficou prejudicada com a paralisação de transportes de passageiros.

Durante a operação rodoviária em Pemba, foram fiscalizados 125 semi-colectivos de passageiros, passadas 14 multas e apreendidas 13 viaturas, devido a problemas pneumáticos, lotação de passageiros, incumprimento de medidas de prevenção da COVID 19 e por estarem a circular na cidade de forma ilegal.

“Ninguém tem razão para reclamar as medidas que tomámos, porque muitas dessas viaturas não estão licenciadas para exercer a actividade de transporte de passageiros; alguns condutores não têm cartas de condução exigidas por lei, não há respeito pelo Estado de Calamidade e circulam com pneumáticos desgastados, que podem facilmente causar acidentes”, esclareceu Euclídio Muhoro, delegado do INATRO em Cabo Delgado.

Esta é a terceira vez este ano, em que os transportadores semi-colectivos de passageiros da cidade de Pemba paralisam a actividade, devido à suposta má actuação das autoridades rodoviárias, mas foi a primeira em que não foram registados casos de desordem.

A greve silenciosa foi caracterizada apenas por parqueamento de viaturas em frente do local, onde estava a equipa da fiscalização rodoviária, e outras circulavam na cidade sem transportar passageiros.

A crise de transporte terminou no fim da operação rodoviária, quando quase todos os semi-colectivos de passageiros voltaram a exercer a sua actividade normalmente.

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