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Pemba já não recebe sobreviventes dos ataques terroristas

O número de sobreviventes dos ataques terroristas em Cabo Delgado que chegam a Pemba, capital da província, reduziu de forma drástica nos últimos dias.

As causas ainda não são conhecidas, mas contrariamente ao que era habitual, actualmente a praia de Paquitequete, a única entrada de deslocados, desde que a via terrestre ficou intransitável devido à insegurança, não recebe frequentemente famílias que fogem do conflito armado.

“Diariamente chegavam entre seis a sete embarcações com deslocados, mas nestes dias, não vi, apenas veem pessoas da Ilha do Ibo, Mefunvo e Namavi, com peixe e outros produtos para vender em Pemba,” revelou Andurabe Mussa, um estivador que ajudou a milhares de deslocados a desembarcar na praia de Paquitequete.

Devido à insegurança, quase todas embarcações que circulavam entre Pemba e Palma estão ancoradas em Paquietequete, por orientações do governo, que interditou a navegação para a zona norte de Cabo Delgado.

“Estamos à espera de ordens para voltar ao mar, porque o governo proibiu a navegação para Palma por cerca de três meses devido à insegurança.

E agora nós também estamos a sofrer porque os nossos barcos estão atracados aqui em Pemba, e sem trabalho, estamos a sofrer, especialmente eu que tenho de alugar uma casa e sustentar doze filhos,” explicou Califai Mahando, marinheiro de uma embarcação artesanal.

A maior parte dos residentes em Pemba, previam a chegada massiva de deslocados devido aos combates entre as Forças Ruandesas e o grupo armado que há cerca de quatro anos assassinaram civis e militares, além de destruir vilas e cidades.

A equipa do jornal “O País” procurou informações sobre a situação dos possíveis sobreviventes dos ataques terroristas a chegarem às zonas seguras junto da Administração do Distrito de Pemba e do Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres, as duas entidades que cuidam dos deslocados na capital da província, mas sem sucesso.

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