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Patraquim e Mbate Pedro finalistas do Prémio Oceanos no Brasil

Não se trata de um concurso qualquer, é o Oceanos, um dos mais prestigiados prémios literários de língua portuguesa. E os livros dos dois autores com Moçambique no Coração também não são quaisquer. Logo se vê, afinal são finalistas naquele prémio literário aberto aos autores da CPLP, no Brasil. Ambos os livros de poesia, O deus restante, de Luís Carlos Patraquim, e Vácuos, de Mbate Pedro, editados pela Cavalo do Mar, na colecção Filhos do Vento, estão, com efeito, entre os 10 finalistas do prémio de literatura, anunciou, ontem, o júri.

As obras literárias O deus restante e Vácuos destacaram-se de um total de 1364 livros escritos em português e provenientes de vários cantos do mundo. Daquele universo de livros, o júri, constituído por autores e críticos de literatura de Angola, Brasil e Portugal rendeu-se a 10 propostas, das quais cinco atinentes à categoria de poesia, quatro à categoria de romance e uma à categoria de contos.

Para Mbate Pedro, o facto de os dois livros fazerem parte da fase final do Prémio Oceanos representa o reconhecimento poético-literário do bom momento que a literatura moçambicana está a travessar nos últimos anos, com poesia de qualidade escrita por poetas como Sangare Okapi ou Andes Chivangue, “devedores de uma geração que nos antecede, casos de Luís Carlos Patraquim, Eduardo White e Armando Artur”. E, como editor da Cavalo do Mar? “É uma luz no fundo do túnel para uma editora pequena, com dificuldades de sobreviver num ambiente hostil. A venda do livro tem reduzido no país e a Cavalo teve que sair do espaço que alugava por questões financeiras”.

O deus restante e Vácuos são os únicos livros de autores africanos que fazem parte do top 10 do Oceanos deste ano. Aliás, desde que o prémio foi instituído, lembra Mbate Pedro, “esta é a primeira vez que chegam à final daquele prémio literários escritores africanos”.

 A lista dos 10 finalistas do Oceanos inclui ainda cinco autores brasileiros e três portugueses.

O Prémio Oceanos de literatura foi instituído há 15 anos, na altura, designava-se Prémio Portugal Telecom de Literatura. A partir de 2015, o concurso ganhou um novo nome.

O grande vencedor do Prémio Oceanos será anunciado no dia 7 de Dezembro e será laureado com um montante correspondente a 1 500 000 meticais, a mesma quantia que Ungulani Ba Ka Khosa encaixou com a distinção Prémio José Craveirinha 2018, na passada sexta-feira, numa cerimónia realizada na vila do Songo, em Tete.  

 

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