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Pandemia de surtos atinge topo dos riscos na indústria hoteleira, do lazer e turismo

Segundo o “Barómetro de Risco Allianz 2022”, o surto pandémico é a maior preocupação para as empresas do sector da hotelaria, lazer e turismo. Este risco recebe a classificação máxima após a COVID-19 ter levado ao encerramento de empresas em grande escala e à ruptura da cadeia de abastecimento a nível mundial, e ter levado as indústrias do turismo e da aviação a uma paragem abrupta.

O Barómetro de Risco Allianz 2022 refere, no entanto, que embora a pandemia continue a ensombrar as perspectivas económicas desta indústria, de forma encorajadora, as empresas sentem que se adaptaram bem.

“Quando se lhes pergunta como está preparada a sua empresa para um evento futuro, a maioria (80%) dos inquiridos pelo Barómetro de Risco da Allianz acreditam que estão ‘adequadamente’ ou ‘bem preparados’, embora apenas 9% se sintam ‘muito bem preparados’. No entanto, apenas 11% sentem-se ‘inadequadamente preparados’. Iniciar ou melhorar a gestão da continuidade empresarial é a principal acção que as empresas estão a tomar para as tornar mais resistentes”, diz Thusang Mahlangu, director-executivo da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS) África do Sul.

O Barómetro de Risco Allianz é um inquérito anual da AGCS que incorpora as opiniões de 2.650 peritos em 89 países e territórios, incluindo CEO’s, gestores de risco, corretores e especialistas em seguros, sobre os principais riscos enfrentados pela sua empresa ou sector industrial.

Para o sector da hotelaria, lazer e turismo, 57% dos inquiridos classificaram o surto pandémico como o de maior risco, seguido de interrupção de negócios (BI) (39%) e cibernético (25%). As catástrofes naturais (22%) e as alterações climáticas (18%) encerram os cinco primeiros riscos do sector na quarta e quinta posição, respectivamente.

Impacto da pandemia na economia africana

Segundo o World Travel and Tourism Council (WTTC), em 2019 a indústria de viagens e turismo representava cerca de sete por cento do PIB africano e contribuiu com USD 169 mil milhões para a sua economia e empregava mais de 24 milhões de pessoas.

Contudo, em Julho de 2020, a União Africana (UA) estimou que a África perdeu quase USD 55 mil milhões em receitas de viagens e turismo e dois milhões de empregos apenas nos primeiros três meses da pandemia.

De acordo com o inquérito da Organização Mundial do Turismo da ONU, a maioria das pessoas afirmou não esperar regressar aos níveis pré-pandémicos antes de 2023, na melhor das hipóteses e 41% dos inquiridos afirmaram esperar o regresso ao normal apenas em 2024 ou mais tarde.

A interrupção dos negócios é a segunda mais preocupante em termos de risco no sector. De acordo com o inquérito, a causa mais temida de BI são os ciberincidentes, demonstrando o impacto da crescente dependência das empresas da digitalização e da mudança para o trabalho remoto. As catástrofes naturais e a pandemia são, na opinião dos inquiridos, os dois outros importantes desencadeadores da BI, reflectindo também o facto de que muitos dos principais riscos e consequências para a indústria estão interligados.

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